Após debate

Kamala reverte projeções de casas de aposta e supera Trump

No dia anterior ao do debate, Trump tinha 50,4% de chances de vencer, segundo as bolsas de aposta, contra 47,1% de Harris

Kamala Harris e Donald Trump
Foto: RS via Fotos Públicas

A candidata democrata à presidência dos EUA, Kamala Harris, passou a superar o ex-presidente Donald Trump nas chances de vitória em casas de aposta, após o debate realizado na terça-feira (10) à noite.

Segundo informações do site “Election Betting Odds”, o percentual de Kamala subiu para 51,9 contra 46,8% na manhã desta quarta-feira (11). No dia anterior ao do debate, Trump tinha 50,4% de chances de vencer, segundo as bolsas de aposta, contra 47,1% de Harris.

A democrata foi considerada vitoriosa no embate contra Donald Trump, marcado por provocações e troca de farpas. Em enquete organizada pela CNN, 63% dos 600 eleitores registrados que assistiram ao debate disseram que Harris teve melhor desempenho, enquanto 37% escolheram Trump.

Antes do debate, os mesmos eleitores estavam divididos igualmente em 50% sobre quem eles achavam que teria o melhor desempenho.

Resumo do debate entre Kamala Harris e Donald Trump

Na avaliação de especialistas, a estratégia utilizada por Harris no debate deixou Trump na defensiva. Ao invés de focar em temas nos quais é considerado forte, o republicano perdeu tempo fazendo longas defesas sobre o seu comportamento em episódios passados, a exemplo da invasão ao Captólio.

Em uma discussão sobre a imigração, tema em que Trump é considerado mais forte, o republicano, mais uma vez, não conseguiu aproveitar a oportunidade e passou a maior parte da resposta defendendo os seus comícios – descritos por Harris como exaustivos e entediantes.

Trump depois se envolveu em uma longa resposta sobre uma notícia que foi desmentida de que imigrantes do Haiti na cidade de Springfield, no Ohio, estavam roubando e comendo animais de estimação dos seus vizinhos.

Sobre o aborto, tema que Kamala Harris tem vantagem sobre Trump, o republicano defendeu o seu histórico de posicionamento contra a decisão histórica Roe v Wade, que protegeu direitos a aborto. Segundo Trump, americanos em todos os espectros políticos queriam que a resolução fosse revertida, o que não é comprovado por pesquisas de opinião.

Harris aproveitou a deixa para fazer um apelo pessoal emocionado a famílias que enfrentam gravidezes com complicações e que não puderam receber aborto e cuidados em Estados onde isso foi proibido — os Estados com “proibições de Trump ao aborto”, nas palavras dela.

Pesquisas de opinião indicam que os americanos estão descontentes com a forma como o governo atual dos EUA lidou com inflação e a economia, o que coloca Donald Trump em posição de vantagem. Ainda assim, o candidato republicano teve pouca margem para tratar de temas como inflação e preços dos consumidores.

Harris discutiu propostas de Trump de aumento generalizado de tarifas, que ela apelidou de “imposto de vendas de Trump”, e falou sobre o Projeto 2025, um polêmico plano conservador independente para um futuro governo republicano.

Trump voltou a se distanciar do projeto e defendeu seu plano de tarifas, observando que o governo Biden manteve muitas das tarifas que herdou de Trump.

Em um determinado momento, Harris foi questionada sobre posições liberais que ela possui, como no caso da extração de petróleo por fracking, discurso que adotara em sua campanha fracassada de 2019 nas primárias democratas e acabou abandonando posteriormente.

Ela continuou sendo questionada e acabou respondendo que não recebia esmolas de seu pai rico. Trump mordeu a isca e se justificou já no início do contraponto, afirmando que recebeu uma  “fração mínima” de dinheiro do seu pai.