O economista André Lara Resende negou o convite do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir o Ministério do Planejamento, segundo informações do “Valor”. O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tentou convencê-lo a mudar de ideia, mas o mesmo manteve a decisão de não aceitar o cargo.
Lara Resende, que é próximo do vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), participou do grupo de transição na área econômica ao lado de Pérsio Arida, Nelson Barbosa e Guilherme Mello.
Um dos formuladores do Plano Real, também presidiu o BNDES no governo de Fernando Henrique Cardoso. Apesar da ligação histórica com o PSDB, nos últimos anos expôs posicionamentos críticos à linha mais ortodoxa da teoria econômica, como o funcionamento da política monetária.
Outros nomes foram especulados para o Planejamento. O senador Wellington Dias (PT-PI), a economista Esther Dweck (que agora é cotada para assumir o Ministério de Gestão) e o ex-governador e senador eleito Renan Filho (MDB-AL).
A preferência, no entanto, era por Lara Resende. O economista é visto pela equipe de Lula como uma boa sinalização ao mercado.
Lula pode anunciar maioria dos ministros na quinta-feira
O futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou também nesta quarta que Lula pode anunciar quase todos seus ministros na quinta-feira (22).
“Quem anuncia [os ministros] é o presidente. Acredito que quase a totalidade amanhã”, afirmou a jornalistas no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), sede do governo de transição.
O governo Lula será composto por 37 ministérios, mas, até o momento, apenas seis ministros estão definidos. São eles: Fernando Haddad (PT), que assumirá o Ministério da Fazenda; José Múcio (PTB-PE), para a Defesa; Flávio Dino (PSB-MA), que chefiará o Ministério da Justiça; Mauro Vieira, no Itamaraty; Rui Costa (PT), para a Casa Civil; e Margareth Menezes, que será a ministra da Cultura.
Além de Resende para o Planejamento, outros nomes também são especulados. Luiz Marinho (PT), ex-prefeito de São Bernardo do Campo, deve ocupar o Ministério do Trabalho, pasta que já chefiou entre 2005 e 2007.
Com a promessa de mais mulheres em seu governo, Lula também sonda Nísia Trindade, presidente da Fundação Fiocruz, para o Ministério da Saúde e Luciana Santos na Ciência e Tecnologia. O Ministério do Esporte também será comandado por uma mulher.