Política

Luiza Trajano cobra Campos Neto por juro alto: “Muita gente quebrada”

Durante evento, Campos Neto rebateu a empresária pedindo paciência

A empresária presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza, Luiza Trajano criticou a queda de juros, na última segunda-feira (12), e fez uma cobrança direta ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. As falas da empresária se tornaram o assunto mais comentado do Twitter. 

Durante sua participação em um evento do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), ao lado de Campos Neto, Trajano afirmou que se a Selic não baixar, “pode haver uma quebradeira em diversos setores da economia brasileira”.

Embate Campos Neto e Trajano

“A nossa realidade é diferente. O varejo puxa tudo, a indústria, a construção… Estamos tendo excesso de produto, as indústrias não têm onde colocar. Nem sempre esse remédio amargo resolveu a inflação”, informou Trajano sobre a taxa de juros.

“Se estou defendendo [a queda da Selic], é pela pequena e média empresa. Queria lhe pedir, por favor, para dar um sinal de baixar esses juros”, completou Trajano, dirigindo-se a Campos Neto.

“Sem um sinal, não vamos aguentar. Quantas lojas já foram fechadas? Quantas pessoas já foram mandadas embora? A desigualdade social é muito grande. É o emprego que salva as pessoas. Queria lhe pedir, em nome dos brasileiros, para dar um sinal. E não é de 0,25 ponto percentual, que é muito pouco. Precisamos de mais”, afirmou Trajano.

Campos Neto, por sua vez, respondeu a empresária dizendo que retornaria ao evento das varejistas no próximo ano. “Até lá, a avaliação, olhando em retrospectiva, vai ter sido positiva”, informou o presidente do BC. Trajano rebateu: “Vai ter muita gente quebrada”. Campos Neto pediu à empresária “paciência aos empresários”.

Campos Neto sobre taxa de juros

O chefe da autoridade monetária afirmou que as revisões para baixo das estimativas de inflação no Brasil abrem espaço para que o BC inicie o corte da taxa de juros, hoje em 13,75% ao ano. Contudo, de acordo com Campos Neto, nenhuma atitude precipitada será tomada.

“Entendendo a insatisfação com os juros, é preciso ter paciência. Entendo que as empresas estão sentindo muito, algumas mais que outras, e vamos fazer uma força para atingirmos um ambiente de estabilidade para todos o mais rápido possível, mas fazer isso de forma artificial não alcançará o resultado esperado”, finalizou o presidente do BC para Luiza Trajano.