Em confraternização

Lula admite que ‘quase morreu’ e promete diminuir ritmo

A tradicional reunião ministerial de fim de ano foi trocada pela confraternização mais contida por conta da questão médica de Lula

Lula e ministros / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Lula e ministros / Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou uma confraternização com seus ministros, nesta sexta-feira (20), no Palácio da Alvorada, e aproveitou a ocasião para fazer fazer um longo desabafo, segundo interlocutores, sobre o susto de ter passado por dois procedimentos cirúrgicos na semana passada e contabilizou que esta foi a terceira vez em que “quase morreu”, de acordo com o “Valor”.

Por conta do novo susto, o presidente admitiu que pretende desacelerar o ritmo de trabalho neste fim de ano, para se recuperar completamente das cirurgias na cabeça. Ministros da cúpula do Planalto já vinham defendendo essa possibilidade nos bastidores.

Normalmente é realizada uma reunião ministerial no fim de ano, que foi trocada pela confraternização mais contida justamente pela questão médica de Lula. 

Na prática, o encontro funcionou como uma versão mais “light” da tradicional reunião ministerial, começando por volta das 13h e encerrado pouco depois das 15h, sem que a imprensa tivesse acesso ou transmissão das declarações dos ministros.

Lula afirma que irá respeitar autonomia do BC e fala sobre novas medidas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (20) que Gabriel Galípolo será o presidente “mais importante que o Banco Central” já teve. Segundo o petista, isso se dá porque Galípolo terá a “verdadeira autonomia”.

A afirmação de Lula foi feita em um vídeo publicado em seu perfil na rede social Instagram. “Seguimos mais convictos que nunca de que a estabilidade econômica e o combate à inflação são as coisas mais importantes para proteger os salários e o poder de compra das famílias brasileiras”, afirmou o presidente.

O vídeo foi uma forma de o presidente dar as “boas-vindas” publicamente a Galípolo, que atualmente é diretor de Política Monetária do BC, para assumir a liderança da autarquia. O início de seu mandato está previsto para janeiro de 2025.

Lula afirmou a Galípolo: “Você será o presidente mais importante que o Banco Central já teve porque vai ser o presidente com mais autonomia que o Banco Central já teve. Pela sua qualidade profissional, pela tua experiência de vida e pelo seu compromisso com o povo brasileiro, certamente você vai dar uma lição de como se governa o Banco Central com a verdadeira autonomia”.

O presidente Lula também destacou que as medidas para proteger as novas regras fiscais já estão sendo tomadas e que, se for necessário, outras surgirão. “O Brasil é guiado por instituições fortes e independentes que trabalham em harmonia para avançar com responsabilidade”, disse.

Para finalizar, Lula reforçou que seu governo jamais realizará “qualquer interferência na gestão do Banco Central”.