O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta segunda-feira (23) que o Brasil irá restabelecer as relações diplomáticas com a Venezuela, interrompidas no governo Jair Bolsonaro (PL).
“Vamos restabelecer a relação civilizada entre dois Estados autônomos, livres e independentes. A Venezuela vai ser tratada como todos os países querem. Se eu puder, serei um construtor da paz [sobre Cuba e Venezuela]”, afirmou Lula.
O petista ainda criticou o fato de vários países terem reconhecido Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela após sua autoproclamação.
“Fizeram uma coisa abominável com a democracia que foi reconhecer o Guaidó presidente da Venezuela. A autodeterminação dos povos deve ser respeitada. Assim como sou contra a ocupação territorial russa na Ucrânia, estou contra as ingerências na Venezuela”, disse.
Lula ainda disse não saber se o Maduro iria para Buenos Aires para fazer uma audiência com ele. “Fui informado que talvez não venha”, revelou ao dizer que espera que em dois meses tenha sido resolvida a normalidade diplomática com a Venezuela. “O Brasil não quer inimizade com nenhum país”, acrescentou.
Lula realiza primeiro compromisso internacional de sua agenda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpre, ao longo dessa semana, sua primeira agenda internacional. No último domingo (22), o mandatário viajou para a Argentina, onde participará do encontro da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
Notícias Relacionadas
Lula terá encontros bilaterais com o presidente argentino, Alberto Fernández, já nesta segunda-feira (23), e com o presidente do Uruguai, Lacalle Pou, em Montevidéu, na quarta-feira (25).
Lula deve ter encontro separado com Cristina Kirchner
De acordo com informações da “Reuters”, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá um encontro separado com a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, nesta segunda-feira (23).
Em outubro, a vice-presidente da Argentina comemorou a vitória de Lula nas urnas, em suas redes sociais e, logo depois, telefonou ao presidente brasileiro para marcar o encontro bilateral.
Em dezembro do ano passado, Cristina Kirchner foi condenada pela Justiça da Argentina por corrupção. A política foi considerada culpada de administração fraudulenta na ação que ficou conhecida como “Causa Vialidad”. A pena para a vice-presidente da Argentina foi fixada em 6 anos de prisão, com inabilitação perpétua para exercer cargos públicos.
Entretanto, devido ao seu cargo como vice-presidente, Kirchner tem a mesma imunidade constitucional que o presidente, o que a protege legal e civilmente em um processo criminal. Com isso, Kirchner não pode ser presa, a menos que seja afastada por impeachment.
