O senador Wellington Dias (PT-PI), escolhido pelo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para negociar com o Congresso o orçamento federal para 2023, disse, no último sábado (19), que Lula deve demonstrar seu compromisso com as contas públicas logo nos primeiros dias de governo. As informações são do jornal “Valor Econômico”.
“A partir de janeiro, quando tomar posse, ele deverá tomar medidas para que se tenha, com planejamento, o controle de despesas com pessoal, com custeio, para redução da dívida, para criar estabilidade, mas principalmente, medidas para garantir o crescimento do país”, afirmou o senador do PT ao jornal.
Veja também: Equipe de transição vai contra o esperado no mercado; vale temor?
Dias destacou que não existe incompatibilidade entre atender os mais necessitados e garantir, ao mesmo tempo, o controle das contas do governo.
Segundo o senador, o teto de gastos que vigora desde 2017 é um fracasso como modelo de âncora fiscal. Dias afirmou que muitos economistas já admitiram que é necessário alterar a atual âncora fiscal. “A lei do teto não funcionou. Todos os anos ela furou o teto. Ou seja, só no governo atual foram R$ 840 bilhões estourando o teto do orçamento”, disse Dias ao “Valor Econômico”.
O senador salientou, ainda, que mesmo antes da pandemia (com um cenário macro mais desafiador, o atual governo “já estourava o teto”.
Notícias Relacionadas
Atacou investigação
Bolsonaro se pronuncia: 'Moraes faz tudo o que não diz a lei'
Bolsonaro compartilhou trechos de matérias já publicadas, relembrando declarações antigas sobre o ministro do STF, Alexandre de Moraes
Tentativa de golpe
Bolsonaro é indiciado pela PF por tentativa de golpe de Estado
A PF indiciou Bolsonaro pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de estado e organização criminosa
Lula garante responsabilidade fiscal, após carta de economistas
Na última sexta-feira (18), Lula garantiu compromisso com o controle das contas públicas e afirmou ter ficado feliz com a carta aberta de economistas que alertaram para o risco de subestimar reações adversas do mercado financeiro, já que vão contra a responsabilidade fiscal.
Os economistas Arminio Fraga, Edmar Bacha e Pedro Malan, que apoiaram a candidatura de Lula durante o segundo turno das eleições, endereçaram uma carta ao presidente eleito, na quinta-feira (18), alertando o petista sobre os riscos fiscais.
Em entrevista ao lado do primeiro-ministro português, António Costa, em Lisboa, Lula afirmou que sabe seguir bons conselhos.
“Fiquei feliz ao saber de uma carta de pessoas importantes me alertando sobre problemas econômicos e dando sugestões. Eu sei ouvir conselhos e, se fizer sentido, seguir”, disse Lula.
