Política

Lula propõe criação de moeda única a presidentes sul-americanos

Lula se reuniu com líderes sul-americanos nesta terça-feira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta terça-feira (30) a criação de uma moeda unificada no Mercosul. A fala de Lula foi feita durante a Cúpula do Sul, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

Em seu discurso de abertura, o petista elencou algumas propostas econômicas para o bloco. Dentre elas, sugeriu aprofundar a “identidade sul-americana também na área monetária, mediante mecanismo de compensação mais eficiente e a criação de uma unidade de referência comum para o comércio, reduzindo a dependência de moedas extrarregionais.”

Além disso, o presidente brasileiro considerou “implementar iniciativas de convergência regulatória, facilitando trâmites e desburocratizando procedimentos de exportação e importação de bens.”

Para finalizar, Lula ainda propôs a utilização dos bancos de desenvolvimento como a CAF (Corporación Andina de Fomento), o Fonplata (Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata), o Banco do Sul e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para uma poupança regional a serviço do desenvolvimento econômico e social.

Lula defende retomada da Unasul

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (30) que a Unasul (União das Nações Sul-americanas) é um “patrimônio coletivo” e defendeu a retomada do bloco. A fala de Lula foi feita durante o discurso de abertura da Cúpula do Sul, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

“Não preciso recomeçar do zero. A Unasul é um patrimônio coletivo. Lembremos que ela está em vigor, sete países ainda são membros plenos. É importante retomar seu processo de construção, mas ao fazê-lo, é essencial avaliar criticamente o que não funcionou e levar em conta transições”, defendeu.

De acordo com Lula, a Unasul permitiu que os países sul-americanos se conhecessem melhor e contribuiu para ganhos comerciais.

“Consolidamos nossos laços por meio de amplo diálogo político que acomodava diferenças e permitia identificar denominadores comuns. Implementamos iniciativas de cooperação em áreas como saúde, infraestrutura e defesa”, disse.

Apesar dos benefícios criados pela Unasul, o presidente brasileiro relata que, nos últimos anos, “deixamos que ideologias nos dividissem interrompessem o esforço da integração”.

“Abandonamos canais de diálogo e mecanismos de cooperação e, com isso, todos perdemos”, acrescentou Lula.

Para finalizar, o petista ainda declarou que “elementos que nos unem estão acima de divergências de ordem ideológica”. “Da Patagônia e do Atacama à Amazônia, do Cerrado e dos Andes ao Caribe, somos um vasto continente banhados por dois oceanos. Somos uma entidade humana, histórica, cultural, econômica e comercial, com necessidades e esperanças comuns”, afirmou Lula.

Além de Lula, representantes de 11 países estão no Brasil para a reunião: Alberto Fernández, presidente da Argentina; Alberto Otárola, presidente do Conselho de Ministros do Peru; Chan Santokhi, presidente do Suriname; Gabriel Boric, presidente do Chile; Gustavo Petro, presidente da Colômbia; Guillermo Lasso, presidente do Equador; Irfaan Ali, presidente da Guiana; Luís Arce, presidente da Bolívia; Luís Lacalle Pou, presidente do Uruguai; Mário Abdo Benítez, presidente do Paraguai, e Nicolás Maduro, presidente da Venezuela.

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