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Lula critica atuação de Haddad: “menos livro, mais conversa”

No quadro geral, o relacionamente entre as asas está mais tenso e o governo tem menos aprovação

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente Lula (PT) afirmou que Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, precisará de uma pausa na leitura de livros para investir tempo em conversas com o Congresso Nacional, visando a aprovação de projetos do governo. 

“Haddad, em vez de ler um livro, tem que perder tempo conversando com o Senado, com a Câmara”, disse Lula durante evento no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira (22), para assinatura da MP (Medida Provisória) de criação do programa “Acredita”.

O novo programa intui estímulos aos MEIs (Microempreendedores Individuais) e Micro e Pequenas Empresas, através do acesso a crédito e renegociação de dívidas.

O quadro geral aponta, segundo o “Valor Investe”, que o relacionamento entre as Casas está mais tenso, bem como as pesquisas indicam menor aprovação às ações do governo Lula.

Nas palavras de Lula, o Congresso não é obrigado a concordar com os projetos propostos pelo Executivo. 

“Estou muito otimista, mas nem todo mundo é obrigado no Congresso a concordar com os nossos artigos […] A gente vai precisar de muito mais inteligência e criatividade para fazer muito com pouca coisa”, analisou o mandatário.

“No governo Federal, é muito desagradável, porque tudo que faz é tratado como gasto”, criticou Lula. “Esse país vai crescer neste ano mais do que vocês (pessimistas) falaram até agora”, finalizou.

Governo Lula se preocupa com “bomba fiscal” de até R$ 120 bi

Englobando os precatórios, uma “bomba fiscal” calculada entre R$ 80 bilhões e R$ 120 bilhões tem sido razão de preocupação para o governo Lula. Conforme apuração do “Valor Econômico”, a equipe do poder executivo já trabalha para “desarmá-la” judicialmente. 

Entre os anexos de riscos fiscais da LDO de 2024 (Lei de Diretrizes Orçamentárias), editado pelo governo Lula, consta o potencial de perdas às contas públicas, estimadas em R$ 79,6 bilhões.

Esses riscos se referem à potencial perda em ações judiciais de empresas do segmento sucroalcooleiro, movida por prejuízos na década de 1980, por intervenções do poder público, segundo o veículo.