Segundo interlocutores da equipe econômica do governo federal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), gerou uma “turbulência” no mercado com as críticas direcionadas a Roberto Campos Neto, presidente do BC (Banco Central), na terça-feira (18).
Lula também criticou a provável manutenção da Selic (taxa básica de juros) em 10,50% ao ano, na decisão que será anunciada nesta quarta-feira (19), pelo Copom (Comitê de Política Monetária).
Antes, os membros do Ministério da Fazenda acreditam que a decisão do Copom poderia dissipar dúvidas do mercado quanto ao compromisso dos diretores do BC, indicados pelo governo, com a meta de inflação, de acordo com o “Valor”.
No entanto, o entendimento já considera que a fala de Lula colocou os indicados em uma “saia justa’, sobretudo Gabriel Galípolo, visto que seu nome é um dos principais cotados para assumir o cargo de Campos Neto em 2025.
Em acordo com as críticas de Lula, a equipe econômica vê que Campos Neto “escancarou” suas pretensões políticas quando foi ao jantar promovido por Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, segundo um dos interlocutores do governo.
Além disso, o time também crê que a Selic está em um campo muito restritivo, com espaço para cortes. No entanto, eles consideram que as críticas de Lula neste momento foram “inoportunas”, pela instabilidade gerado no mercado após os esforços de Fernando Haddad (PT) e Simone Tebet (MDB), que tentaram conter os ânimos no decorrer da semana.
Lula acusa Campos Neto de ter ‘lado político’ e prejudicar o país
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a fazer duras críticas ao presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, em entrevista à rádio CBN, na manhã desta terça-feira (18).
Segundo o petista, Campos Neto tem lado político e “trabalha mais para prejudicar do que para ajudar o país”. Lula também disse que o comportamento do BC é a única coisa “desajustada” no Brasil neste instante.
Questionado sobre a possibilidade do Copom (Conselho de Política Monetária) decidir pela manutenção da Selic em 10,50%, o presidente disse achar “muito triste” e afirmou que “o Brasil não precisa disso”.