O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta sexta-feira (5) que a única chance de não disputar a Presidência da República em 2026 será em caso de problema de saúde ou se surgir um nome melhor no campo político. Aos 80 anos, o petista disse não temer adversários e reforçou que só confirmará sua candidatura no próximo ano.
“Eu não escolho adversário. Já disputei tantas eleições, com tanta gente, que quem deve estar preocupado são meus possíveis adversários”, afirmou Lula, ao relembrar sua trajetória política.
Em agosto, durante reunião ministerial, o presidente citou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), como possível adversário na corrida ao Planalto. Foi a primeira vez que mencionou o nome de Tarcísio, antes visto como candidato natural à reeleição em São Paulo.
Na entrevista desta sexta-feira, Lula evitou falar em rivais, mas destacou que “a extrema direita não vai voltar a governar este país”.
Comparação com Vargas e CLT
O presidente também se comparou a Getúlio Vargas, lembrando a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943. Defendeu que a legislação precisa ser “reestruturada para adequar-se aos tempos atuais”, mas não extinta.
Política externa
Questionado sobre a tensão entre EUA e Venezuela, Lula disse que o Brasil ficará “do lado da paz” e não tomará partido.
O governo brasileiro tem evitado conversas diplomáticas de alto nível sobre o tema, mantendo posição crítica à guerra.
Sobre o conflito Israel-Palestina, o presidente rejeitou acusações de simpatia ao Hamas e reiterou apoio à criação do Estado Palestino ao lado de Israel.
Voltou a classificar as ações israelenses em Gaza como genocídio e criticou a comunidade judaica brasileira por não condenar o governo de Benjamin Netanyahu.
“Eu acho que a comunidade judaica deveria mandar uma carta para Netanyahu e dizer que ele não está fazendo guerra contra o Hamas, está matando mulheres e crianças”, disse.