Possível presidente da Comissão

Lula e Bolsonaro não têm envolvimento no INSS, diz Aziz

Aziz afirmou que não vê indícios de participação direta nem do atual presidente Lula nem do ex-presidente Bolsonaro

O senador Omar Aziz (PSD-AM) (Roque de Sá/Agência Senado)
O senador Omar Aziz (PSD-AM) (Roque de Sá/Agência Senado)

O senador Omar Aziz (PSD-AM), que deve assumir a presidência da CPMI do INSS por meio de um acordo entre parlamentares, já começou a traçar o tom da investigação: segundo ele, a comissão precisa atuar com equilíbrio, mesmo sabendo que a polarização política inevitavelmente vai esquentar os debates.

Embora a instalação oficial da comissão só esteja prevista para agosto, Aziz adianta que o foco deve estar nas irregularidades e não em disputas ideológicas.

Aziz descarta envolvimento direto de Lula e Bolsonaro

Apesar da gravidade das fraudes contra aposentados e pensionistas, Aziz afirmou que não vê indícios de participação direta nem do atual presidente Lula nem do ex-presidente Jair Bolsonaro nas práticas ilícitas.

Para ele, os desvios aconteceram dentro das estruturas governamentais, mas sem o conhecimento direto dos chefes de Estado.

“Os responsáveis estavam dentro dos governos, mas nem Lula nem Bolsonaro se envolveram diretamente”, declarou o senador.

Além das investigações sobre descontos associativos indevidos, Aziz defende que a CPMI aprofunde a apuração em torno do aumento expressivo nos empréstimos consignados feitos por beneficiários do INSS.

O objetivo, segundo ele, é entender se há irregularidades estruturais nesse sistema de crédito voltado à população mais vulnerável.

Escolha de relator da CPMI do INSS fica para agosto

Com o clima político mais ameno e menos pressão imediata em torno da investigação, o presidente da Câmara, Hugo Motta, sinalizou a interlocutores que a definição do relator da CPMI do INSS só deve ocorrer em agosto, após o recesso parlamentar.

Fontes próximas ao comando da Casa avaliam que a diminuição do interesse em torno das denúncias de descontos indevidos em benefícios do INSS — somada à concentração de esforços em outras prioridades legislativas — acabou empurrando a decisão.

A agenda carregada do plenário na última semana antes da pausa, incluindo temas sensíveis como o projeto de licenciamento ambiental, também contribuiu para o adiamento.

Além disso, Motta estaria focado em uma missão considerada mais urgente: tentar fechar um acordo com o governo sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Uma audiência de conciliação entre Executivo e Legislativo está marcada para a próxima terça-feira, o que deve exigir articulação intensa.

Outro fator que deve mobilizar as lideranças do Congresso nos próximos dias é a repercussão do anúncio feito pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre novas tarifas aplicadas a produtos brasileiros. O tema, visto como sensível, pode exigir resposta política coordenada por parte do Parlamento.

Diante desse cenário, a relatoria da CPMI — que já tinha os trabalhos oficialmente programados para começar apenas após o recesso — também ficou para a volta das atividades em agosto.