Foto: Montagem com imagem Divulgação Casa Branca / Arquivo Agência Brasil
Foto: Montagem com imagem Divulgação Casa Branca / Arquivo Agência Brasil

A área diplomática dos governos do Brasil e dos Estados Unidos estão acertando nesta semana os detalhes de um futuro encontro presencial entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump.

O encontro deve acontecer na cidade de Kuala Lumpur, onde os dois presidentes estarão para participar da da 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático, realizada neste ano na Malásia.

O horário certo do encontro ainda não foi confirmado pelo Itamaraty, mas já se sabe que a reunião entre Lula e Trump deve ser rápida e de caráter mais simbólico que decisivo sobre negociações que envolvem os dois países.

Como o fuso horário da Malásia está 11h à frente do Brasil, se o encontro entre Lula e Trump acontecer no domingo (25) pela manhã, aqui ainda será a noite de sábado (24).

Integrantes do Itamaraty afirmam que a retomada das negociações sobre o tarifaço, que se deu após a conversa telefônica entre os presidentes do Brasil e dos Estados Unidos, já está sendo feita e cabe mais às equipes de governo do que aos chefes de Estado.

A ideia do encontro, portanto, é sinalizar para uma imagem pública de um aperto de mãos entre os presidentes, após a relação bilateral Brasil-Estados Unidos ter ficado arranhada com a aplicação do tarifaço pelo governo Trump.

Relação Lula-Trump mudou a partir da ONU

As relações que envolvem Brasil e Estados Unidos começaram a se distensionar após o rápido encontro entre Lula e Donald Trump durante a abertura da Assembleia Geral da ONU, em 23 de setembro.

Naquele dia, os presidentes do Brasil e dos EUA tiveram um rápido encontro de cerca de 39 segundos, e conforme relato feito pelo próprio Trump, houve uma “química” entre eles e a promessa de conversas futuras.

Logo depois, no dia 6 de outubro, Lula e Trump conversaram por cerca de 30 minutos, por telefone.

Após a conversa, o governo brasileiro divulgou uma nota oficial com os principais pontos da reunião. Segundo o Planalto, Lula convidou Trump para a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorre em Belém, no Pará, em novembro.

Na ocasião, Lula também pediu para que o líder norte-americano revogasse o tarifaço imposto por Trump aos produtos brasileiros.

Durante a conversa, relatada como amistosa, Lula e Trump trocaram telefones, e o presidente americano indicou o secretário de Estado Marco Rubio como negociador junto ao governo brasileiro.

Mauro Vieira e Marco Rubio aceleram negociações

O próximo passo das tratativas de reaproximação entre os dois países foi um telefonema entre o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o secretário Marco Rubio.

Na conversa ambos acertaram uma reunião presencial para discutir os temas que envolvem os dois países, principalmente os contenciosos que atrapalham atualmente a cooperação bilateral.

Esse encontro presencial se deu na semana passada, na última quinta (16), quando Vieira esteve na Casa Branca e se reuniu por mais de uma hora com Rubio.

Em Washington, o chanceler voltou a pedir pela retirada da sobretaxação de 40% em cima de produtos como carne e café e levou a mensagem de que o governo brasileiro está disposto a aumentar o câmbio comercial, já superavitário para os EUA.

Ainda no encontro, Vieira e Rubio iniciaram tratativas para organizar uma reunião entre Lula e Trump, que agora deve acontecer rapidamente na Malásia.

Já a reunião bilateral mais aprofundada, para discussão sobre tarifaço e abertura de possibilidades de negócios aos Estados Unidos no Brasil, ainda não há previsão de acontecer e pode ficar somente para o ano que vem.