Política

Lula defende Haddad e volta a criticar taxa de juros

Em reunião com ministros, Lula ainda elogiou o novo arcabouço fiscal

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), durante reunião com ministros sobre os primeiros 100 dias do mandato, nesta segunda-feira (10). Na visão de Lula, o novo arcabouço fiscal, formulado pela equipe de Haddad e que será enviado ao Congresso, tem “soluções realistas” e coloca o pobre “de volta” ao orçamento.

“Aqui, Haddad, de vez em quando, eu sei que você ouve algumas críticas. Eu tenho que elogiar você e a equipe que trabalharam, porque certamente, em se tratando de economia, em se tratando de política tributária, a gente nunca vai ter 100% de solidariedade”, disse Lula.

“A compreensão da sociedade sobre o que foi feito vale mais do que uma crítica de uma pessoa. Eu tenho certeza que vai ter sucesso. Tenho certeza que vai ser aprovado, e tenho certeza que a gente vai colher os frutos que foram plantados na nossa proposta”, acrescentou.

Além disso, Lula voltou a criticar a taxa de juros do País, que atualmente está em 13,75%, nesta segunda-feira. De acordo com o petista, quem define o percentual está “brincando com o País” e com os mais pobres.

“Embora eu continue achando que 13,75% é muito alta a taxa de juros, continuo achando que estão brincando com o país, brincando, sobretudo, com o povo pobre e, sobretudo, com os empresários que querem investir, só não vê quem não quer”, afirmou Lula.

Arcabouço fiscal será enviado ao Congresso junto com PLDO, diz Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), disse nesta segunda-feira (10), que o texto do novo arcabouço fiscal será enviado ao Congresso junto com o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), que precisa chegar ao Legislativo até o dia 15 de abril.

“Vai junto com a LDO, como anunciado há um mês”, respondeu Haddad, ao ser questionado por jornalistas, na entrada no Ministério da Fazenda, sobre a data de envio do arcabouço, segundo informou o “Estadão”.

Na semana passada, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), disse que o texto da regra fiscal chegaria à Câmara até a próxima terça-feira (11).

“Faço um apelo para que olhem com carinho o arcabouço fiscal que nós estamos desenhando, que chegará até terça-feira da semana que vem aqui na Câmara dos Deputados”, disse Tebet a parlamentares, durante uma audiência pública do grupo de trabalho que discutiu a reforma tributária na Câmara, ocorrida no último dia 4.

As linhas gerais da regra proposta pelo Governo para substituir o atual teto de gastos foi apresentada no dia 30 de março por Haddad, mas o texto final, com ajustes, ainda não é público.