Política

Lula ironiza independência do Banco Central

Lula classifica como “bobagem” achar que BC independente pode fazer mais

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a independência do Banco Central nesta quarta-feira (18). Em entrevista exclusiva ao canal “GloboNews”, o petista classificou como uma “bobagem” a ideia de que um BC independente pode “fazer mais” do que quando o presidente da República era o responsável pela indicação do presidente da instituição monetária. 

“Nesse país se brigou muito para ter um Banco Central independente, achando que ia melhorar. Eu posso te dizer, com a minha experiência, é uma bobagem achar que um presidente do BC independente vai fazer mais do que quando o presidente era quem indicava”, afirmou Lula.

Durante a conversa, o petista disse duvidar que o atual presidente da instituição, Roberto Campos Neto, seja “mais independente” do que foi Henrique Meirelles, presidente da instituição em seus primeiros anos de governo.

Lula também criticou a atuação do banco na definição das metas de inflação e da política de juros. “Por que o banco é independente e a inflação, os juros estão do jeito que estão? Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7%. Quando você faz isso, é obrigado a ‘arrochar’ mais a economia para atingir a meta. Por que precisava atingir os 3,7%? Por que não fazia 4,5% como nós fizemos?”, reiterou.  

Haddad defende maior integração da América Latina

Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda, defendeu nesta quarta-feira (18) a integração regional como forma de atrair investimentos para a América Latina. Além disso, o ex-presidenciável afirmou que a produção de energia limpa deve ser encarada como “elemento central no processo de reindustrialização”.

Ambas as declarações foram feitas em um painel sobre liderança na América Latina, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Além de Haddad, participaram do evento os presidentes do Equador, Guillermo Lasso, da Colômbia, Gustavo Petro, da Costa Rica, Rodrigo Chave e a vice-presidente da República Dominicana, Raquel Peña.

Segundo o ministro, a integração regional depende de investimentos em infraestrutura, elaboração de novos acordos comerciais e fortalecimento do Mercosul.

“Acredito que a integração dos nossos mercados para ganhos de escala consideráveis seja outro elemento importante para atrair investimentos externos, compatíveis com as nossas necessidades, de oferecer empego da mais alta qualidade para nossos trabalhadores. Não é só investimento em educação que deve ser feito, mas um tipo de investimento do qual nossa região tem um déficit importante. Para isso, a escala dos mercados é uma questão central”, disse.

Além disso, Haddad explicou de que forma a produção de energia limpa pode ser um diferencial para os países da América Latina. “Ela (a energia limpa) não é facilmente transportável – não se transporta energia eólica ou solar como se transporta o óleo – e isso pode ser uma vantagem não só por interligar as Américas com linhas de transmissão, mas pode ser um fator determinante para atração de indústrias que queriam produzir a partir de energia limpa para que a cadeia produtiva esteja em compasso com as determinações ambientais, que hoje são incontornáveis”, afirmou.

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