Corte de gastos

Lula: 'já venci o mercado financeiro e vou vencer outra vez'

Segundo o presidente, o mercado fala 'bobagem todo dia'; Lula disse que ainda que quadro fiscal está relacionado à gestão de Jair Bolsonaro

Lula
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista à RedeTV, na noite de domingo (10), criticou a pressão exercida pelo mercado financeiro em relação ao pacote fiscal. Lula disse que “já venceu” o mercado e vencerá outra vez”.

“Eu vejo o mercado [o mercado financeiro] falar bobagem todo dia, não acredite nisso, eu já venci eles e vou vencer outra vez”, afirmou o presidente.

O presidente insinuou que o atual quadro fiscal do país está relacionado à gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, destacando que aproximadamente R$ 300 bilhões foram gastos para sustentar a antiga administração.

Lula afirmou ainda que o Congresso e o Judiciário também têm responsabilidade e devem cortar gastos excessivos. Como exemplo, o presidente mencionou novamente os recursos disponíveis para senadores e deputados por meio das chamadas emendas parlamentares.

A declaração de Lula acontece em meio às expectativas para o anúncio dos cortes de gastos, a fim de equilibrar as contas públicas. Na última semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a cancelar uma viagem à Europa para fechar os detalhes do pacote fiscal.

O mercado aguarda ansioso o volume dos cortes e os alvos. Sem dar mais detalhes, Haddad disse que a revisão nas despesas terá o “impacto necessário” para cumprir o arcabouço fiscal.

Reunião entre Lula e equipe econômica sobre pacote fiscal terminou sem anúncios

A equipe econômica e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniram nesta sexta-feira (8) com outras autoridades do governo para discutir sobre um pacote fiscal. Porém, o encontro terminou sem anúncios ou entrevistas, informou o Palácio do Planalto.

A expectativa era alta em torno do anúncio desse pacote fiscal, por conta dessa ausência, a Bolsa brasileira fechou com forte queda, influenciada também por outros fatores. 

No começo da semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia afirmado que a maior parte dos membros do governo que participam das discussões haviam convergido sobre a necessidade do conjunto de medidas. 

No entanto, haviam mais detalhes para serem fechados, antes de o pacote ser apresentado aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

O mercado tem feito cálculos sobre o valor necessário desse pacote fiscal para que o governo consiga cumprir a meta fiscal deste e dos próximos anos. Para o Itaú (ITUB4), seria preciso um pacote fiscal na casa dos R$ 60 bilhões.