Política

Lula pode ficar mais forte após ataques terroristas, diz JPMorgan

Lula decretou intervenção federal após ataques

Na visão do JPMorgan, o efeito político dos ataques terroristas no Distrito Federal (DF) no último domingo (08) deve ser prolongado. Para analistas, os eventos deixam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais forte.

“Enquanto o presidente se fortalece e a oposição se enfraquece, pode haver radicalização da esquerda, talvez influenciando a agenda mais do que se imaginava, embora o Congresso continue dominado por partidos de centro que, ao menos na teoria, seriam uma força contra a radicalização”, disseram os analistas Emy Shayo Cherman, Cinthya M Mizuguchi e Pedro Martins Junior, em relatório. 

“À medida que o trabalho de rotina do governo retornar, as atenções devem se voltar para as questões macro que têm ocupado o foco”, disseram os profissionais do banco.

Já para o mercado, o efeito, segundo o banco, tende a durar pouco. A expectativa dos estrategistas é que, assim que a situação se acalme, o panorama global, com fatores como a reabertura na China e um pico nos juros americanos, possa orientar os preços. 

Ainda assim, o JPMorgan alertou que, no curto prazo, a volatilidade tende a aumentar. Os setores avaliados positivamente pelos estrategistas são financeiro; consumo discricionário; alimentos e bebidas; e materiais básicos.

Para o banco, os eventos que aconteceram em Brasília são diferentes do ataque ao Capitólio nos Estados Unidos, em 2021. O fato de que não há demanda clara e de que o presidente brasileiro e seu ministério já tomaram posse são alguns dos contrastes entre as situações. 

A nota do JPMorgan também apontou que no domingo “os prédios estavam praticamente vazios no momento da invasão, limitando os danos em termos de números de feridos e perdas de vidas”.

Lula decretou intervenção federal após ataques

Após bolsonaristas invadirem o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) no doming, Lula decretou intervenção federal no DF até 31 de janeiro.

O texto aponta que o objetivo da intervenção é “pôr termo a grave comprometimento da ordem pública no Estado do Distrito Federal, marcada por atos de violência e invasão de prédios públicos”.

Ricardo Garcia Capelli foi nomeado, segundo o decreto publicado, como interventor da ação. “As atribuições do interventor são aquelas necessárias às ações de segurança pública”, informou o decreto assinado por Lula.

Neste domingo, apoiadores de Jair Bolsonaro (PL), que contestam o resultado das urnas que deram vitória a Lula, invadiram e depredaram prédios dos três poderes. Os terroristas adentraram à força gabinetes, o Senado, o STF e outras salas.