Política

Lula: Por que Brasil e Argentina têm que fazer comércio em dólar?

“É preciso criar novas moedas para a gente fazer comércio."a, afirma presidente brasileiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender nesta sexta-feira, durante uma cúpula financeira global em Paris, que os países façam comércio bilateral sem utilizar o dólar e disse que pretende levar este tema para discussão na próxima reunião dos Brics. As informações são da Reuters.

O grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul tem encontro marcado para agosto em Johanesburgo.

“É preciso criar novas moedas para a gente fazer comércio. Por que Brasil e Argentina têm que fazer comércio em dólar? Essa discussão está na minha pauta e, se depender de mim, vai acontecer na reunião dos Brics e na reunião do G20, que tem que ter mais países africanos”, disse Lula durante discurso na Cúpula do Novo Pacto de Financiamento, realizada na capital francesa.

Lula tem defendido que os países possam fazer comércio em moedas alternativas ao dólar, em uma medida que tiraria poder dos EUA, especialmente a capacidade norte-americana de impor sanções econômicas.

“Precisamos parar de fazer proselitismo com recursos internacionais. Por isso estou otimista com Banco dos Brics, com a discussão de moeda de comércio”, acrescentou Lula.

Após sua chegada a Paris, o ex-presidente Lula terá um almoço de trabalho com o presidente da França, Emmanuel Macron, na sexta-feira. Durante o encontro, eles discutirão diversos assuntos, incluindo uma resolução aprovada no Parlamento francês que se opõe a um acordo de livre comércio entre a UE (União Europeia) e o Mercosul.

Em seu discurso durante a cúpula financeira em Paris, Lula também mencionou que a carta adicional enviada pela União Europeia ao Mercosul sobre o possível acordo comercial entre os dois blocos dificulta a concretização do pacto.

Haddad diz que comunicado do Copom foi ‘muito ruim’

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou o comunicado da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central), que manteve a taxa básica de juros em 13,75%.

A declaração foi dada na França, onde ele acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e foi repassada por sua assessoria de imprensa.