Política

Lula retoma relações do Brasil com países da América Latina

Presidente também acenou possibilidade de auxiliar a Argentina com BNDES

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomará, neste domingo (22), as relações do Brasil com a América Latina, inclusive com a Argentina. O Brasil voltará a fazer parte da Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac). As informações são da “Reuters”. 

Lula não foi ao Fórum Econômico de Davos e deu preferência em reatar os laços com parceiros regionais, o que foi deixado de lado no governo Bolsonaro. Mesmo sem ter ido a Davos, o presidente enviou Fernando Haddad e Marina Silva como representantes da economia e do meio ambiente, respectivamente.

Em 2019, o Brasil deixou a Celac, por ordem de Jair Bolsonaro, que não quis participar do grupo regional em que estavam Cuba e Venezuela. 

“Passado apenas três semanas da posse o Brasil volta ao mundo, e com a primeira escala obrigatória na região, começando pela Argentina. Isso é a grande mensagem. O presidente Lula já ressaltou muito essa imagem do Brasil voltando ao mundo”, disse o embaixador Michel Arslanian Neto, secretário de Américas do Itamaraty.

O governo brasileiro comunicou no dia 5 de janeiro à secretaria-executiva da Celac o retorno do Brasil ao fórum regional, em uma das primeiras medidas de reconstrução da política externa.

Em relação à Argentina, a intenção do governo Lula é retomar um relacionamento que se enfraqueceu nos últimos anos, apesar de o país vizinho ser o principal parceiro comercial do Brasil na região. 

Os argentinos querem retomar as obras no gasoduto de Vaca Muerta, que liga o campo de exploração até a fronteira com o Rio Grande do Sul, o que ajudaria a diminuir a dependência do Brasil do gás boliviano. A estimativa é que Vaca Muerta seja o segundo maior campo de gás do mundo.

O Brasil pode ajudar na obra através do BNDES, segundo acenou o Governo Federal.

Governo Lula deve manter independência do BC, diz Padilha

O ministro da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha, afirmou, na última quinta-feira (19), que o governo Lula vai manter a autonomia do Banco Central e não pretende mudar a relação de independência entre o órgão e o Executivo.  

Padilha escreveu em seu perfil no Twitter que o presidente deu plena autonomia a Henrique Meirelles, quem presidiu o Banco Central nos primeiros anos de governo de Lula, e que o petista não vai mudar de postura agora, “ainda mais com uma lei que estabelece regras nesse sentido”.

“Como disse o presidente Lula, na sua experiência de governo, deu plena autonomia ao presidente do Banco Central Henrique Meirelles. O presidente não vai mudar de postura agora, ainda mais com uma lei que estabelece regras nesse sentido. A gente sabe, no entanto, que nem todo presidente é tão respeitoso quanto Lula. Logo, não há nenhuma predisposição por parte do governo de fazer qualquer mudança na relação com o Banco Central”, disse o ministro.