Política

Lula: “Se meta da inflação está errada, muda-se a meta”

“Vamos ter que encontrar um jeito para que o Banco Central comece a reduzir as taxas de juros”, afirmou Lula

Em conversa com jornalistas na manhã desta quinta-feira (6) no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender a revisão da meta da inflação seguida pelo Banco Central. 

“Se a meta da inflação está errada, muda-se a meta”, disse Lula, ao ser questionado sobre o que era necessário para reduzir a taxa de juros. “Vamos ter que encontrar um jeito para que o Banco Central comece a reduzir as taxas de juros”, completou.

Segundo o presidente, é “humanamente impossível” o Brasil crescer com o atual patamar da Selic. A taxa básica de juros está no patamar em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado.

No começo do ano, o Lula iniciou um debate sobre as metas de inflação. Ele dizia que 3% era uma meta muito baixa e que isso estava fazendo com que a Selic fosse mantida em um patamar alto.

“Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7% [a meta estipulada para 2023 é de 3,25%] e quando faz isso é obrigado a arrochar mais a economia para poder atingir a meta. Por que não 4,5%, como nós fizemos?”, chegou a dizer Lula, na época.

As metas de inflação para 2023, 2024 e 2025 são de 3,25%, 3% e 3%, nesta ordem, conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Depois de muita negociação, o presidente foi convencido de que aquele não era o momento para brigar por uma mudança das metas e que dados mostravam que a revisão dessas metas também não garantiam uma melhora na inflação ou na taxa básica de juros.

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Haddad diz que arcabouço fiscal irá exigir queda dos juros

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou nesta quinta-feira (6) que o novo arcabouço fiscal irá exigir uma queda na taxa básica de juros. A declaração do petista foi feita em entrevista à “BandNews”.

“Se as contas estiverem em ordem, não tem porque existir juros tão altos”, disse Haddad sobre o arcabouço fiscal. “Penso que está havendo convergência entre a política fiscal e a monetária”, acrescentou.

Além disso, o ministro da Fazenda acredita que, caso o Congresso e o Judiciário sustentem o novo marco fiscal, o Brasil irá crescer de forma sustentável em 2024. “Se o Congresso e o Judiciário derem sustentação para esse plano, não tenho dúvida que o Brasil entrará em 2024 com rota de crescimento sustentável e justiça social”, afirmou.

Haddad acrescentou que, com o patamar atual da taxa de juros em 13,75%, os investimentos tendem a cair muito. No entanto, para o ministro, se a taxa começar a cair, a tendência é haver uma retomada dos investimentos.

“Naturalmente o mercado de capitais terá recursos para fazer negócios, ampliar. Ele terá demanda, vai produzir mais”, completou Haddad.