Aponta Datafolha

Lula tem avaliação igual à de Bolsonaro na mesma altura do mandato

O presidente é aprovado por 35%, reprovado por 33% e considerado regular por 30% da população

Foto: Renato Pizzutto/Band
Foto: Renato Pizzutto/Band

Após um ano e oito meses em seu terceiro mandato à frente do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresenta uma avaliação similar à de seu antecessor e principal rival, Jair Bolsonaro (PL), no mesmo período de governo. 

De acordo com uma nova pesquisa do Datafolha, Lula é aprovado por 35%, reprovado por 33% e considerado regular por 30% da população. 

A pesquisa entrevistou 2.040 pessoas com 16 anos ou mais em 146 municípios brasileiros, entre os dias 29 e 31 de julho, e possui uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O resultado espelha o ambiente de intensa polarização que caracterizou o mandato do ex-presidente, onde a divisão extrema do eleitorado deixa os indecisos, que avaliam os governos como medianos, como os principais influenciadores nas decisões políticas e eleitorais.

Em uma fase comparável de seu mandato de quatro anos, Bolsonaro contava com 37% de avaliações positivas (ótimo e bom), 34% negativas (ruim e péssimo), e 27% medianas (regular). Levando em conta a margem de erro, a atual divisão tripartida da opinião pública reflete a polarização vivida durante os anos de Bolsonaro.

Lula: 2º mandato de alta aprovação contrasta com atual gestão

A comparação com o segundo mandato de Lula, que começou em 2007 e terminou em 2010, revela diferenças significativas. Naquela época, ele tinha uma aprovação de 64%, enquanto apenas 8% o avaliavam negativamente. 

A avaliação regular era semelhante à atual, com 28%. O cenário atual mostra estabilidade para Lula em relação à última pesquisa do Datafolha, realizada de 4 a 13 de junho, onde ele tinha 36% de avaliações positivas, 31% negativas e 31% regulares. 

Nota-se uma leve oscilação desfavorável ao presidente desde então, mas é prudente aguardar mais uma rodada de pesquisas para identificar uma tendência clara.

Economia

O agravamento da situação econômica e a alta do dólar ainda não afetaram imediatamente a inflação. Por isso, a percepção de estabilidade entre os entrevistados no Datafolha permanece inalterada em comparação com a pesquisa anterior.

Embora 42% das pessoas percebam uma deterioração da economia em geral, apenas 24% sentem o mesmo em relação à sua situação pessoal.

Similarmente, enquanto 29% acham que o panorama econômico permaneceu estável, 46% consideram que sua vida financeira está na mesma condição. Por outro lado, 26% acreditam que as condições para o país melhoraram, um número próximo aos 29% que sentem o mesmo sobre suas próprias circunstâncias.

Quanto às expectativas econômicas, 41% acreditam que o Brasil terá um cenário econômico melhor no futuro, enquanto 28% esperam uma deterioração e 25% veem a situação se mantendo como está.

No entanto, as previsões pessoais diferem: 58% esperam uma melhoria em suas vidas, 29% acreditam que as condições permanecerão as mesmas e 11% temem que piorem.

Ao analisar os dados de forma mais detalhada, observa-se uma continuidade nas tendências desde o retorno de Lula ao poder em janeiro de 2023. 

O presidente tem maior aprovação no Nordeste (49% de ótimo/bom), entre pessoas com menor nível de escolaridade (47%), na faixa etária de 45 a 59 anos (42%) e entre os mais pobres, com renda abaixo de dois salários mínimos (42%). 

Em contraste, seus índices são mais baixos entre grupos que tradicionalmente rejeitam o petista e simpatizam com o bolsonarismo. 

A rejeição é mais pronunciada na classe média brasileira que ganha entre 5 e 10 salários mínimos (47%), entre aqueles que recebem 10 salários mínimos (46%), entre graduados (43%), entre evangélicos mais inclinados ao bolsonarismo (41%), na região Centro-Oeste (40%) e no Sudeste, com 39%.

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