Comércio internacional

Lula volta a defender moeda alternativa ao dólar

“Porque toda vez que se fala de austeridade, o pobre fica mais pobre e o rico fica mais rico", disse o presidente Lula

Reprodução: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Reprodução: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender, nesta sexta-feira (4), a criação de uma moeda para o comércio internacional, durante discurso na abertura da 10ª Conferência Anual do Banco Nacional de Desenvolvimento.

A fala segue a linha de críticas ao uso do dólar como principal referência nas transações globais. Segundo Lula, a dependência da moeda norte-americana deixa os países vulneráveis às políticas dos EUA.

“E é por isso que a discussão de vocês sobre a necessidade de uma nova moeda para o comércio internacional é extremamente importante. É complicado? Eu sei. Tem problemas políticos. Mas, se a gente não encontrar uma nova fórmula, vamos terminar o século XXI igual começamos o século XX. E isso não será benéfico para a humanidade”, declarou Lula, segundo o Valor Econômico.

Críticas e austeridade fiscal

O presidente também criticou as exigências de austeridade fiscal impostas por bancos multilaterais como condição para concessão de empréstimos. Para ele, esse modelo penaliza países em desenvolvimento.

“O modelo da austeridade fiscal não deu certo em nenhum país do mundo. A austeridade exigida pelas instituições financeiras levou os países a ficarem mais pobres”, afirmou.

“Porque toda vez que se fala de austeridade, o pobre fica mais pobre e o rico fica mais rico. É isso que acontece no mundo de hoje, e é isso que nós temos que mudar”, completou.

Disputa política e questão fiscal no Brasil

As declarações do presidente se alinham ao tom adotado pelo governo federal na disputa política em torno da questão fiscal no Brasil. O Planalto enfrenta um embate com o Congresso na condução da pauta econômica. Desde então, Luiz Inácio Lula da Silva tem adotado um discurso voltado à taxação dos mais ricos para aliviar a carga tributária sobre os mais pobres, enquanto acusa o Parlamento e a oposição de defenderem os “interesses da elite”.