Desde sua derrota no primeiro turno da eleição para prefeito de São Paulo, no domingo (6), o influenciador Pablo Marçal (PRTB) vem manifestando seu desejo de concorrer ao cargo de governador ou presidente em 2026. Contudo, independentemente do plano, o influenciador terá que “combinar com a Justiça Eleitoral”. A afirmação é de advogados especialistas em direito eleitoral.
No TSE (Tribunal Superior Eleitoral), há centenas de processos movidos contra Marçal ao longo de seu curto período na trajetória política — entre agosto e outubro de 2024. As ações são das mais variadas naturezas, desde pedidos de respostas até notícias-crime.
O principal obstáculo ao plano do influenciador, de acordo com o “Exame”, deve ser a AIJE (Ações de Investigação Judicial Eleitoral). Esse tipo de representação corre na Justiça Eleitoral, sem caráter criminoso, e comumente tem tramitação rápida na Corte. Há cerca de nove processos desse tipo contra Marçal no TSE.
Todas as AIJE contra Marçal apuram se houve uso indevido dos meios de comunicação por parte do candidato. Se uma denúncia for comprovada, o agente pode ter seus direitos políticos cassados.
Datena divulga mensagens enviadas por Marçal antes da agressão; veja
A campanha do candidato à prefeitura de São Paulo José Luiz Datena (PSDB) divulgou mensagens enviadas pelo também candidato Pablo Marçal (PRTB) dois dias antes da agressão registrada na noite de domingo (15), durante debate promovido pela TV Cultura.
Nas mensagens, Marçal se desculpa pelas “palavras pesadas” usadas contra o tucano em outra ocasião. O candidato do PRTB confirmou o conteúdo das mensagens.
“Me perdoe pelas palavras pesadas contra você”, diz trecho da mensagem divulgada. “Tenho sentido que somos animais num zoológico e todos querem ver agressões gratuitas”, afirma a mensagem enviada pelo candidato do PRTB na sexta-feira.
Durante o debate, os candidatos protagonizaram trocas de farpas e acusações que terminaram em agressão física. Em determinado momento, Datena foi para cima de Marçal com um cadeira e o acertou.
O tucano foi expulso do debate logo em seguida, enquanto o empresário, acusando dificuldades para respirar, foi levado ao Hospital Sírio Libanês. Marçal fraturou uma costela e está com o braço imobilizado e a mão inchada, segundo a assessoria.