O ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou nesta terça-feira (22) que as urnas eletrônicas às quais o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, alegou um “mau funcionamento” foram usadas tanto nos dois turnos das eleições de 2022.
Moraes deu 24 horas para que a sigla acrescentasse também os votos do 1º turno no pedido feito ao TSE e apresentasse o relatório completo sobre urnas eletrônicas. “Sob pena de indeferimento da inicial, deve a autora aditar a petição inicial para que o pedido abranja ambos os turnos das eleições, no prazo de 24 horas. Publique-se com urgência”, escreveu.
Bolsonaro pede anulação de votos em parte das urnas
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entraram com uma representação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para pedir a anulação dos votos de 250 mil urnas eletrônicas. A legenda afirmou que especialistas em tecnologia encontraram evidências de mau funcionamento nos sistemas de todas as urnas eletrônicas de modelos anteriores ao ano de 2020.
“Pretende-se com a Verificação Extraordinária, ora requerida, confirmar os ‘Indícios de Mau Funcionamento das Urnas Eletrônicas’ apresentados no Relatório Técnico do PL, de modo a comprovar a incerteza dos resultados gerados pelas urnas eletrônicas de modelos de fabricação anteriores a UE2020, ou seja, modelos UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015”, disse um trecho do documento.
Valdemar Costa Neto, presidente da sigla, anunciou nesta terça-feira (22) que o partido entrou com a ação no TSE para “contribuir para o fortalecimento da democracia do nosso país”. A decisão foi anunciada em coletiva de imprensa, em Brasília.
Assinada pelo advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa, a representação citou o laudo técnico de auditoria feito pelo Instituto Voto Legal (IVL), contratado pelo PL. O órgão teria constatado “evidências contundentes de mau funcionamento de urnas eletrônicas”.
O engenheiro Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal (IVL), participou da entrevista e explicou que 40,8% das urnas funcionam “da forma esperada”. Nas outras, segundo ele, “é impossível associar o registro de cada atividade ao hardware que teria gerado aquela atividade”, disse.