Trama golpista

Moraes: Bolsonaro sabia de plano para matar Lula e Alckmin

O projeto previa o assassinadto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio Alexandre de Moraes

Foto: Rosinei Coutinho/STF
Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal da tentativa de golpe de Estado de 2022, afirmou nesta terça-feira (9), que Jair Bolsonaro tinha “conhecimento e anuência” sobre o plano conhecido como Punhal Verde e Amarelo.

O projeto previa o assassinadto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do próprio Alexandre de Moraes.

Segundo ele, não há como afastar  a participação do ex-presidente no esquema, apontado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) como episódio mais grave da trama golpista.

“Não é crível, não é razoável achar que o general Mário Fernandes imprimiu o documento no Palácio do Planalto, foi ao Palácio da Alvorada, permaneceu mais de uma hora com Jair Bolsonaro e depois fez um barquinho de papel com o Punhal Verde e Amarelo. Isso é ridicularizar a inteligência do tribunal”, disse Moraes.

Áudio e reuniões confirmam envolvimento

Entre as provas destacadas pelo ministro está um áudio enviado pelo general Mário Fernandes a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, em que afirma ter conversado com o então presidente sobre a execução do plano.

No registro, Fernandes diz que “qualquer ação poderia acontecer até 31 de dezembro”, prazo que, segundo Moraes, demonstra a anuência de Bolsonaro.

O relator também apontou a convergência entre as declarações de Cid, documentos impressos no Planalto e reuniões realizadas no Alvorada como elementos que corroboram a versão da PGR. “É patente a participação do líder da organização criminosa”, afirmou.

O julgamento em andamento

A Primeira Turma do STF, presidida pelo ministro Cristiano Zanin, retomou na terça-feira (9) a análise da denúncia contra o chamado “núcleo crucial” da suposta trama golpista, apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como responsável por articular medidas para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a eleição de 2022.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, rejeitou todas as preliminares arguidas pelas defesas e agora apresenta seu voto com relação ao mérito. O julgamento terá sessões extraordinárias até 12 de setembro.