Política

Mudança de tom da China sobre política monetária reforça cautela referente à retomada

Investidores seguem atentos aos dados econômicos que serão divulgados na região

Um novo movimento do governo chinês sinalizou que a recuperação mais rápida do mundo pode ser mais fraca do que aparenta. As autoridades do país informaram que, em breve, podem injetar mais estímulos na economia.
 
A partir disso, investidores entendem que a China oferece uma pista para os mercados de outros países que contam com a aceleração da economia global: o índice de ações CSI 300 recua 1,2% nesta quinta-feira (8), após o governo do país asiático ter sinalizado que as companhias podem precisar de novos fundos.
 
O novo comunicado representa uma mudança repentina. Segundo o Infomoney, as autoridades vinham enfatizando há meses que o excesso de liquidez poderia alimentar bolhas de ativos, ao passo que, em junho, analistas previam uma política monetária mais apertada.
 
As atenções agora estão voltadas para os dados econômicos que serão divulgados na próxima semana, que podem afetar fortemente as expectativas e servir de balizador para a maioria das economias que reabriram após a China.
 
“O que a China está enfrentando agora é um bom exemplo de todas as incertezas que outros países podem enfrentar ao se recuperarem da pandemia”, explica Nathan Chow, o economista sênior do DBS Bank, em Hong Kong. “O vaivém e a recalibração constante das políticas monetárias dos bancos centrais globais será um tema importante, enquanto o mundo lida com surpresas como o ressurgimento de Covid ou picos de inflação”.
 
Isso faz com que a cautela dos mercados financeiros em relação a força de recuperação global cresça. E consequentemente, a aposta de reflação recua muito rápido. O rendimento de títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA teve uma queda de 25 pontos-base nas últimas duas semanas, sinalizando um pessimismo com as perspectivas de crescimento.