“Não existe liberalismo, economia de mercado ou propriedade privada sem que exista segurança jurídica.” A declaração de Josué Gomes da Silva, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), foi dada ao jornal “Folha de S.Paulo”, nesta sexta-feira (5). Segundo ele, é por isso que a Fiesp é signatária do manifesto em defesa da democracia.
Além da Fiesp, Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base) e Fecomercio, do comércio, o documento foi assinado por 107 entidades. Personalidades como o ex-presidente Michel Temer, o jurista Miguel Reale Junior e o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Júnior, também estão entre as assinaturas.
“Não há como ignorarmos a insegurança criada pela contestação da confiabilidade do sistema eleitoral e do Judiciário”, disse o presidente. Ainda, Gomes da Silva entende que é preciso defender o que “é central para a democracia, o processo eleitoral”, que no Brasil é seguro e que tem “feito eleições desde 1996 com sucesso e sem questionamento”.
O empresário também negou que o manifesto seja partidário, ou que esteja ao lado do candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Na entrevista, o presidente da Fiesp disse que o documento defende um valor que atende os interesses tanto da direita quanto da esquerda, e acrescentou que todos os candidatos serão convidados a assinar. O Presidente, Jair Bolsonaro, já se manifestou, dizendo que não irá assinar o manifesto.
Ainda, em live na semana passada, Bolsonaro criticou Gomes da Silva por conta da assinatura na carta da democracia. Para o presidente, o documento defende “um ladrão”, e lembrou que Josué é filho de José Alencar, vice de Lula em seus dois mandatos presidenciais.
Publicada nesta sexta-feira (5) nos jornais, a carta será lançada oficialmente no próximo dia 11, quando empresários e integrantes da sociedade civil lançarão outro documento. Este, em defesa do Estado de Direito, já tem mais de 740 mil assinaturas.