
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), declarou que medidas de compensação em caso de eventual derrubada do pacote fiscal por parte do Congresso terão impacto também nas emendas parlamentares. A afirmação foi feita em entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico nesta segunda-feira (16).
Gleisi demonstrou confiança na aprovação da pauta no Congresso.
“Se acontecer isso [a derrubada], em última instância, nós vamos aumentar o contingenciamento e o bloqueio [do Orçamento]. Isso seria ruim também para o Congresso, com as emendas, que são igualmente submetidas a bloqueio e contingenciamento”, afirmou, segundo o Money Times.
Para a ministra, o recuo no anúncio original do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) demonstra o empenho do Executivo em dialogar com os parlamentares. Ela também acredita que os 180 dias para aprovação da Medida Provisória serão suficientes para o debate e um possível consenso.
“Eu espero que isso [a derrubada do pacote fiscal] não aconteça, porque seria muito ruim para o Brasil. E o Congresso tem responsabilidade com esse país e com o arcabouço fiscal que ele também aprovou”, afirmou. Hoffmann ainda adiantou as consequências de um veto: “O Congresso aprovou essas regras, então bate aqui e bate lá”.
“Penso que conseguiremos demovê-los de votar a derrubada do decreto no diálogo. Com um bom diálogo, manteremos o decreto”, pontuou.
Reunião e acordo com líderes do Congresso
A ministra também estava presente na reunião do domingo (8), que teria fechado um acordo entre governo e líderes do Congresso, como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e o presidente da CCJ do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil).
“Eu vejo que o presidente Motta sofre muita pressão, não só dos parlamentares, mas também de setores [da economia]. Obviamente, ele deu vazão a essas outras vozes que acabaram pressionando por uma posição. Acho que chegaremos a um bom termo”, disse a ministra, no dia seguinte à reunião, ao se referir ao recuo de Motta.