O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, nesta segunda-feira (27), voltou a prometer e detalhou alguns pontos do programa “Voa Brasil”, que pretende oferecer passagens aéreas a R$ 200 para aposentados do INSS, servidores públicos e estudantes beneficiários do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Com informações do G1.
França afirmou que a iniciativa não vai envolver subsídio federal, será feito no formato de consignado, com desconto direto na folha de pagamento e que um banco público intermediará a compra.
Segundo o ministro, a previsão é que o programa funcione da seguinte forma: o aposentado, servidor público ou estudante do Fies compra a passagem, por R$ 200 o trecho, e paga em até 12 vezes.
A proposta prevê que o banco público – a Caixa ou o Banco do Brasil – pague a passagem à empresa aérea e desconte direto em folha o valor da prestação.
O limite de compra seria de quatro passagens por ano. E elas só poderiam ser adquiridas para viagens nos meses de fevereiro a junho, agosto e novembro.
O objetivo, segundo França, é fazer com que mais brasileiros passem a viajar de avião. “As companhias aéreas voam com 21% a menos de passageiros, com 21% dos assentos vazios. O objetivo é que a gente consiga preencher esses assentos incentivando pessoas a voar.”
O ministro também afirmou que a taxa de embarque não pode ser de “54 reais” para essas passagens. Deu como ideia reverter parte do valor em consumo dentro do próprio aeroporto. Apesar das informações de hoje, o ministro não falou em datas para o lançamento da iniciativa.
Aéreas animadas com proposta de passagem a R$ 200
A Azul (AZUL4) e a Gol (GOLL4) se mostraram favoráveis a ideia de Márcio França, de criação do programa “Voa Brasil”, que visa vender passagens aéreas mais baratas.
O anúncio foi feito por França no dia 14 de março e causou mal estar no governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com a equipe ministerial e deu uma bronca generalizada. Lula disse que “qualquer genialidade” que alguém possa ter deve ser anunciada à Casa Civil para que a pasta discuta com a Presidência.
Mas parece que a bronca não adiantou muita coisa, já que mais cedo, o ministro afirmou que a Gol e a Azul “já toparam” a ideia, enquanto a Latam “vai topar”.
Procurada pelo site Meu Dinheiro, a Gol afirmou estar “sempre à disposição para contribuir com o governo na viabilização de um projeto que amplie ainda mais o acesso da população ao transporte aéreo.”
Acrescentou, ainda, que vai participar de um grupo de trabalho que também envolve a Secretaria de Aviação Civil e a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR) para discutir o assunto nos próximos meses.
Já a Azul afirmou ver com bons olhos a iniciativa e que já está em contato com o Ministério de Portos e Aeroportos para colaborar com o projeto.