O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou na manhã o nome do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) para ser o relator do projeto de anistia aos condenados pelos atos do 8 de janeiro.
Paulinho da Força vai relatar o PL 2162/23, que teve a urgência aprovada no plenário da Câmara na noite desta quarta (17).
Após se reunir com Hugo Motta na residência oficial da Câmara nesta quinta, Paulinho da Força disse que conversou com o presidente sobre a ideia de construir um texto “meio-termo”, que atenda aos interesses da esquerda e da direita.
“A conversa foi um pouco de prazos, de caminhos, onde vamos procurar construir o projeto, quais são as regras para que a gente possa construir o texto”, disse o deputado.
“A ideia é pacificar o país. Um projeto meio-termo, que não seja nem tanto da esquerda, nem tanto da direita”, completou Paulinho da Força.
Paulinho da Força vai procurar ministros do STF
Ainda segundo Paulinho, nos próximos dias ele conversará com lideranças para alinhar os principais pontos. O deputado também mencionou que conversará com membros do Supremo Tribunal Federal (STF) em busca dessa pacificação.
Como relator, Paulinho disse que irá procurar também governadores como o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A ideia do presidente da Câmara, segundo Paulinho, é votar o projeto na semana que vem. Ainda segundo o deputado, o objetivo é que o texto final seja construído com a participação do Senado.
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O deputado Hugo Motta fez o anúncio nas redes sociais da sua escolha de Paulinho da Força como relator da anistia.
“Anuncio que o relator do PL 2162/23 será o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP). Tenho certeza que ele conduzirá as discussões do tema com o equilíbrio necessário”, escreveu Motta em uma rede social”, afirmou.
Deputado tem trânsito em todos os grupos
O projeto que Paulinho da Força vai relatar é de autoria do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), e trata apenas de anistia de quem cometeu os atos do 8 de janeiro.
O texto da proposta, entretanto, deve ser inteiramente modificado, após as conversas que o relator terá até mesmo com ministros do STF.
A decisão de Hugo Motta levou em conta a proximidade de Paulinho da Força com Alexandre de Moraes e outros ministros do STF, o que o permitiria ao relator negociar o texto do projeto com os magistrados.
Paulinho da Força e Alexandre de Moraes se conhecem desde que o ministro advogava em São Paulo, e a amizade se estreitou quando atuaram juntos contra a proposta do voto impresso defendida por Bolsonaro, na época em que Moraes presidia o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O presidente do Solidariedade é considerado ainda um parlamentar com trânsito entre diferentes alas da política, e tem feito acenos ao centro e duras críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que havia sido apoiado por ele na campanha de 2022.
