Política

Pesquisa ModalMais: TSE multa empresa em R$ 80 mil; entenda

Futura Consultoria, responsável pela pesquisa ModalMais, disse que cadastrou o arquivo errado junto ao TSE

A ministra Maria Claudia Bucchianeri, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), multou a empresa Futura Consultoria em R$ 80 mil por divulgar pesquisa eleitoral com “múltiplas irregularidades” em agosto deste ano. A consultoria é responsável pela pesquisa ModalMais/Futura, contratada pelo Banco Modal.

A Futura Consultoria se manifestou em nota enviada ao portal “UOL”  e esclareceu que, ao cadastrar o arquivo para registro da pesquisa junto ao TSE, a Futura anexou o arquivo errado. 

“Trata-se de um erro humano, operacional e medidas para reforço dos controles internos foram realizados, com os devidos procedimentos para que isso não ocorra novamente, em compromisso com nossa atuação e papel social”, informou a empresa em nota.

Um pedido feito pela Coligação Brasil da Esperança (composta pelos partidos PT, PCdoB e Partido Verde) aponta que a pesquisa mostrou uma grande disparidade de Jair Bolsonaro (PL) no estado de Minas Gerais, em comparação com os demais levantamentos realizados no mesmo estado por outros institutos de pesquisa. No fim do primeiro turno, Lula teve 48,3% ante 43,6% do candidato à reeleição no estado mineiro.

No TSE, a decisão esclarece que a pesquisa coletou dados sobre a disputa à presidência, porém, no registro estava que a coleta de informações seria apenas para os cargos de governador e senador de Minas Gerais. De acordo com dados do TSE, a pesquisa teve 1.200 entrevistados e foi feita entre os dias 12 a 16 de agosto.

Ainda, outros problemas foram apontados na pesquisa ModalMais. Segundo a decisão da ministra, o questionário apresentado aos eleitores não é o mesmo enviado no registro da pesquisa e o cabeçalho do formulário informa que a pesquisa é sobre “assuntos políticos de São Paulo”, apesar de os questionamentos se referirem ao Rio de Janeiro e o levantamento ter sido registrado para a coleta de dados em Minas Gerais.

“O cenário, portanto, é de variadas irregularidades na pesquisa, a revelar descompromisso não apenas com a legislação eleitoral, mas, também, com a própria integridade dos resultados ao final obtidos, em comportamento que, ao fim e ao cabo, culmina por comprometer a confiança na integralidade dos institutos de pesquisa’, destacou a ministra do TSE.

O Banco Modal também se manifestou, em nota, enviada ao “UOL”, e esclareceu ao portal que os “apontamentos realizados em Minas Gerais não tiveram qualquer relação com a metodologia da pesquisa, tratando-se de uma questão exclusivamente técnica”.

Já o Instituto que realizou a pesquisa ModalMais comunicou que as irregularidades apontadas foram geradas por “um erro operacional no momento do cadastro do registro da pesquisa junto ao site do TSE e foi identificada a ausência de menção ao cargo de Presidente”, informou em nota ao portal.