O ministro da Economia, Paulo Guedes, planeja aumentar o intervalo de tempo entre os reajustes dos preços da Petrobras (PETR4), de acordo com fontes do “O Globo”.
A ideia de Guedes é que a estatal adotasse uma nova regra que alterasse os preços dos combustíveis com maiores intervalos de tempo, a fim de amortecer a alta volatilidade do petróleo no mercado global.
Segundo as fontes da reportagem, o economista já planeja essa investida junto com Adolfo Sachsida, o novo ministro de Minas e Energia, substituto de Bento Albuquerque.
Além disso, Guedes já elucidou em diversas reuniões que, para ele, a petroleira deveria reduzir seu lucro, ao invés de o governo trabalhar com subsídios para que os preços dos combustíveis sejam alterados.
Atualmente, é a própria Petrobras quem regula os tempos de intervalo entre os reajustes. As últimas duas alterações foram do diesel, em maio deste ano, e dos combustíveis em geral, no mês de março de 2022. Os intervalos foram 60 e 57 dias entre cada reajuste.
Entretanto, em períodos pré-pandemia e antes da guerra da Rússia contra a Ucrânia, os reajustes foram feitos com até 89 dias de diferença. Logo, Guedes deseja que essa lacuna de tempo cresça para 100 dias ou mais.
A estatal também tem a obrigação legal de manter seus preços equiparados com os praticados com o mercado global, e além disso, alega que caso o governo federal faça “política social” por meio dos preços dos combustíveis, deverá acontecer o reembolso para a petroleira.
De acordo com a atual política de reajustes da companhia, há o prazo de doze meses para igualar os preços praticados no mercado, porém, nunca foi definida qual a frequência exata para os reajustes.
Guerra na Ucrânia é um dos principais fatores para diminuir intervalos, segundo Guedes
O ministro da economia também acredita que os últimos aumentos dos preços dos combustíveis tiveram ligações diretas com os desdobramentos da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Apesar disso, ele tem convicção de que, justamente pelo contexto da guerra, os reajustes deveriam demorar mais tempo para acontecer.
Caso o plano de Guedes entre em vigor, será a possível resolução de um dos problemas do presidente Jair Bolsonaro (PL), visto que o próximo reajuste aconteceria somente após as eleições presidenciais deste ano.
Porém, como as projeções para o segundo semestre continuam em alta, pode ser que a ideia de Paulo Guedes não tenha impactos positivos nos consumidores brasileiros.