O presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, sugeriu que a estatal pode voltar a investir forte fora do país, após a licença para perfurar na Bacia de Foz do Amazonas. Há duas semanas, Prates disse que poderá atuar na Guiana ou no Suriname caso a empresa não obtenha em definitivo a licença ambiental para a Foz do Amazonas, na Margem Equatorial. As informações são do Valor Investe.
Especialistas ouvidos pela reportagem se mostraram preocupados com a possível decisão. Marcelo de Assis, diretor de pesquisa de exploração e produção da Wood Mackenzie, destaca a importância de identificar a fonte de recursos necessários para retomar investimentos fora do Brasil. Ele ressalta que o Plano Estratégico atual da Petrobras, abrangendo o período de 2023 a 2027, prevê investimentos de quase US$ 3 bilhões na exploração da Margem Equatorial. No entanto, se as restrições impostas pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) em relação à perfuração na área continuarem e levarem a Petrobras a abandonar a região, esses recursos poderiam ser redirecionados para outras áreas, inclusive fora do Brasil, no próximo Plano Estratégico.
Assis ressalta a importância de avaliar alternativas caso a Petrobras seja impedida de prosseguir com seus investimentos na Margem Equatorial. Isso permitiria que a empresa redirecionasse os recursos para outras áreas com potencial de exploração. Essa flexibilidade proporcionaria à Petrobras a oportunidade de buscar oportunidades de investimento em diferentes regiões, dentro ou fora do Brasil, visando garantir o crescimento e a rentabilidade da empresa no médio e longo prazo.
Petrobras (PETR4) pede ao Ibama licença para exploração na Foz do Amazonas
A Petrobras (PETR3; PETR4) apresentou mais uma vez, na última quinta-feira (25), pedido ao Ibama de retomada do processo de licenciamento para perfuração de um poço no bloco FZA-M-059, localizado a 560 km de distância da Foz do Amazonas.
Sendo assim, a Petrobras anseia que o órgão ambiental reconsidere o indeferimento da licença.
Nesse sentido, a estatal reforça ao Ibama, em carta, que compreende o momento atual do Instituto, que enfrenta uma recente mudança de gestão, demandando a reformulação de seus processos e apresentação de novas exigências para atender às prioridades definidas pelo governo federal.
Desse modo, a estatal fornece todas as informações necessárias para certificar que os planos apresentados no licenciamento ambiental são suficientes para reduzir os riscos da perfuração e atuar em caso de acidente ambiental.
A estatal também se comprometeu em garantir 12 embarcações, ao todo. Sendo assim, duas ficarão de prontidão ao lado da sonda para fazer o recolhimento imediato do óleo eventualmente vazado.
“A estrutura de resposta à emergência apresentada pela Petrobras neste projeto é a maior dimensionada pela empresa no país, maior inclusive do que as existentes nas bacias de Campos e Santos”, afirmou a estatal em nota.