A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos aprovaram na última sexta-feira (17) calendário de assembleias para avaliar uma possível greve da categoria, contra a retomada do processo de privatização, encaminhado pela diretoria executiva ao Conselho de Administração (CA) da Petrobras (PETR3;PETR4). Em paralelo, a categoria já aprovou e organiza uma paralisação nacional no início do expediente prevista para acontecer na próxima sexta-feira (24).
A decisão da diretoria executiva, publicada na sexta, prevê prosseguir com a venda dos projetos que já tiveram pré contrato assinado: Polo Norte Capixaba, Polos Golfinho e Camarupim (ES), Polos Pescada e Potiguar (RN) e Lubnor (CE). O documento enviado pela diretoria ao Conselho acontece duas semanas após ofício do Ministério de Minas e Energia (MME) pedindo à Petrobrás a suspensão, por 90 dias, da venda de ativos da petroleira, para análise e reavaliação.
Deyvid Bacelar, coordenador-geral da FUP, disse que a deliberação rápida da diretoria da Petrobrás vai contra o projeto eleito de descontinuidade do “desmonte”. “É inadmissível que profissionais alinhados ao governo anterior sigam entranhados na gestão da empresa, inviabilizando e boicotando o programa de governo que foi aprovado nas urnas”, diz.
Petrobras (PETR4): lucro recorrente salta 80% no 4T22
A Petrobras reportou lucro líquido recorrente de R$ 42,9 bilhões no quarto trimestre de 2022, alta de 80% em relação ao mesmo período de 2021, segundo documento enviado ao mercado no início de março.
O lucro líquido atribuído aos acionistas não recorrente da Petrobras foi de R$ 43,3 bilhões, elevação de 37,6%. O número ficou um pouco acima do esperado pelo consenso da Bloomberg, que aguardava lucro líquido de R$ 41 bilhões.
Em 2022, a empresa lucrou R$ 188,3 bilhões, maior lucro já registrado por uma empresa de capital aberto, segundo dados do “TradeMap”.
Excluindo os efeitos não recorrentes, o lucro líquido teria sido de R$ 177,4 bilhões. Já a receita com vendas subiu 18,2%, para R$ 158 bilhões.
Segundo a estatal, a alta foi puxada principalmente pela disparada de 43% do Brent em relação a 2021 e por maiores preços de derivados e gás natural em um ano de continuidade da retomada da demanda mundial e com oferta impactada pela guerra da Ucrânia.
O diesel e a gasolina continuaram sendo os principais produtos, respondendo juntos por 76% da receita de derivados.
No pregão desta segunda-feira (20), a Petrobras fechou em baixa de 2,47% com cotação de R$ 22,93.