O Governo americano abriu nesta terça-feira (15) uma investigação contra o Brasil por suas práticas e serviços de pagamentos eletrônicos, com destaque para o Pix, para avaliar se prejudicam as empresas norte-americanas.
O representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, afirmou que a decisão foi tomada a pedido do presidente Donald Trump.
“O Brasil também parece se envolver em uma série de práticas desleais com relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, entre outras, aproveitar seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo”, disse Greer, em referência ao avanço do Pix.
Além da questão tarifária, o documento dos EUA critica a pirataria no Brasil, afirmando que ela “prejudica trabalhadores americanos cujos empregos dependem da inovação e criatividade”.
Na carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na semana passada, Donald Trump já havia sinalizado a investigação, ao anunciar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros.
A apuração se baseia em um regulamento que permite ao governo dos EUA adotar medidas de retaliação — tarifárias ou não — contra países cujas práticas sejam consideradas injustificadas e prejudiciais ao comércio americano.
China e União Europeia já foram alvo desse tipo de ação.
O relatório alega que o Brasil pode estar comprometendo a competitividade de empresas dos EUA ao impor restrições a redes sociais que se recusam a moderar conteúdo político e limitar a atuação de plataformas digitais, áreas que se cruzam com o ambiente regulatório do Pix e da digitalização financeira no país.
Embora o texto não mencione diretamente decisões do STF (Supremo Tribunal Eleitoral) sobre remoção de conteúdo golpista, o tema foi citado por Trump ao justificar a tarifa de 50%.