O PL (Partido Liberal) intensificou a articulação para aprovar uma anistia irrestrita aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro de 2023, medida que também alcançaria Jair Bolsonaro, já que a condenação pelo STF (Supremo Tribunal Federal) é dada como certa no entorno do ex-presidente.
A movimentação ocorre em meio ao julgamento dos réus pela suposta trama golpista, retomado nesta quarta-feira (3) pela Primeira Turma do STF.
Na Câmara, deputados do PL defendem o texto original do projeto, que concede perdão total a todos os envolvidos, sem exceções.
No Senado, porém, ganha força uma versão mais moderada, discutida inclusive com ministros do Supremo, que poderia excluir Bolsonaro do alcance da medida.
Apesar da divergência entre as Casas, parlamentares da oposição já comunicaram ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que não aceitarão recuos nem ajustes no texto inicial.
Embora a votação ainda não tenha data marcada, a expectativa é que o tema seja pautado em breve.
A estratégia, contudo, pode ampliar o impasse político. Isso porque um texto aprovado sem articulação com o Judiciário pode conter dispositivos inconstitucionais.
Nesse cenário, mesmo que a proposta avance no Congresso, a anistia corre o risco de ser anulada pelo próprio STF — que, em paralelo, julga Bolsonaro e seus aliados por crimes contra a democracia.