Ca$o$ de família

Quais são as fortunas das famílias mais poderosas do Nordeste?

No momento não é possível mencionar todas as dinastias políticas que são mais presentes em cidades pequenas

Foto: Pexels
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O cenário político Brasileiro se assemelha a uma novela e em cada capítulo uma região se destaca. Especificamente, sobre o Nordeste, fica claro que os protagonistas dessa trama são sempre os mesmo. Em 2018, 2% dos deputados da Câmara e 73% dos senadores vinham de oligarquias familiares, que junto somam um patrimonio quase bilionário. 

Algumas dessas famílias se destacam por possuírem um grande poder político à nível nacional. 

Contudo, no momento não é possível mencionar todas as dinastias políticas que são mais presentes em cidades pequenas, onde comumente a mesma família chefia a política por gerações.

Veja as principais que dominam a política do Nordeste

Família Ferreira Gomes 

A família Ferreira Gomes é uma das mais poderosas do Ceará, com forte influência no Estado. Um dos nomes mais lembrados da família é o de Ciro Gomes, candidato à Presidência da República por quatro vezes.

Na eleição de 2022, Ciro Gomes declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um patrimônio de R$ 3.039.761,97 e terminou a disputa em quarto lugar.

Quando disputou o mesmo cargo em 2018, o então presidenciável havia declarado um patrimônio de R$ 1,7 milhão e também terminou a disputa em quarto lugar.

Contudo, apesar do volume, Ciro ocupou espaço no noticiário nacional em março de 2025 por um motivo inusitado: seu nome estava incluído na lista de inadimplência do Serasa por uma dívida inferior a R$ 1 mil.

Segundo a Serasa Experian, companhia de análise de crédito que fornece informações sobre inadimplência e score financeiro, Ciro foi registrado em seu sistema no dia 28 de fevereiro por uma dívida de menos de R$ 1 mil, relativa ao não pagamento de honorários advocatícios.

Família Dino

A família Dino descende de Francisco Patajó, ex-presidente da Câmara do Amazonas no século XIX e detentor de terras no estado. Desde então, a família ocupou cargos como juiz, desembargador, subprocurador e, como destaque no atual governo, o ex-governador do Maranhão e atual ministro do STF, Flávio Dino.

No ano de 2022, Flávio Dino declarou ao TSE ter um patrimônio de R$ 825.706,04, dividido em bens como apartamentos, casa, participações em sociedades, depósitos em conta bancária e investimentos.

Na época, o candidato afirmou ter dois apartamentos em seu nome, avaliados em aproximadamente R$ 258 mil. Além disso, de acordo com o G1, ele declarou possuir mais de um automóvel — não especificado — no valor total de R$ 328.092,67, e uma casa avaliada em R$ 137.546,80.

O atual ministro governou o Maranhão entre 2015 e 2022, com dois mandatos consecutivos. Ao fim da gestão, o PIB do estado atingiu R$ 139,789 bilhões, com um crescimento de 3,4%, acima da média nacional (3%).

Família Cunha Lima

Os Cunha Lima são uma das famílias mais influentes da Paraíba, especialmente em Campina Grande, segunda maior cidade do estado. O membro mais conhecido da família foi Ronaldo Cunha Lima, lembrado por sua oratória e por ter baleado um adversário político em 1993 — sem ter sido preso pelo ato.

Cássio Cunha Lima (PSDB) foi governador da Paraíba entre 2003 e 2009. Em 2018, a plataforma DivulgaCand, do TSE, informou que Cássio declarou um patrimônio de R$ 892.798,73.

Família Calheiros

A família Calheiros surgiu de pequenos proprietários de terras em Alagoas. Atualmente, o clã exerce influência em todo o estado. A trajetória política teve início quando Renan Calheiros se tornou aliado do ex-governador Divaldo Suruagy. Os membros da família ocuparam cargos como prefeito, deputado federal, deputado estadual e presidente do Senado.

Em Maceió, Renan Filho — que foi governador de Alagoas entre 2015 e 2022 — é proprietário de um apartamento no bairro de Ponta Verde, de acordo com publicação da Folha de S.Paulo. Segundo o jornal, o imóvel está avaliado em R$ 600 mil.

Em 2022, Renan Calheiros Filho declarou um patrimônio de aproximadamente R$ 1,36 milhão em bens. No final daquele ano, o PIB de Alagoas foi de R$ 76,07 bilhões, 3,2% superior ao do ano anterior.

Além disso, entre 2002 e 2006, o patrimônio pessoal de Renan Calheiros cresceu substancialmente. Em 2002, ele adquiriu um apartamento de 240 m² em Maceió. Segundo o jornal Extra, o imóvel estava avaliado entre R$ 800 mil e R$ 1 milhão. Ainda no final daquele ano, Renan adquiriu a Fazenda Furquilha, em Murici, por cerca de R$ 300 mil. Nos anos seguintes, comprou outras duas fazendas, pelas quais desembolsou aproximadamente R$ 500 mil.

Família Magalhães 

A tradição política da família começou com Francisco Peixoto de Magalhães, eleito deputado nacional constituinte (equivalente a deputado federal) em 1933. Seu filho, Antônio Carlos Magalhães (ACM), foi governador da Bahia e presidente do Senado. Outro filho, Ângelo Magalhães, também teve carreira política, como deputado federal.

Os netos seguiram o mesmo caminho. Paulo Magalhães, filho de Ângelo, é ex-deputado federal. Luís Eduardo Magalhães, filho de ACM, foi deputado estadual, deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados. Também filho de ACM, ACM Júnior foi senador e é pai de ACM Neto (União Brasil), ex-prefeito de Salvador e ex-deputado federal — este último segue sendo uma figura de destaque no noticiário político até os dias de hoje.

Segundo informações divulgadas em 2022, ACM Neto possuía o maior patrimônio declarado entre os candidatos ao governo da Bahia naquele ano. De acordo com o TSE, a fortuna era de cerca de R$ 41,71 milhões.

Entre os bens destacados na época, conforme apuração do Bahia Notícias, parceiro do BP Money, estavam um apartamento avaliado em R$ 7,88 milhões, participações societárias de R$ 9,34 milhões e investimentos em renda fixa no valor de R$ 6,53 milhões.

O último governador da Bahia da família foi Antônio Carlos Magalhães, que ocupou o cargo três vezes. Seu último mandato terminou em 1994, e não há dados disponíveis sobre o PIB estadual naquele ano. Segundo o pesquisador Jairo Simões, em 1975 — fim do primeiro mandato de ACM — o PIB baiano representava 2,16% do total nacional.

Família Arraes Campos

A tradição política da família começou com Francisco Peixoto de Magalhães, eleito deputado nacional constituinte (equivalente a deputado federal) em 1933. Seu filho, Antônio Carlos Magalhães (ACM), foi governador da Bahia e presidente do Senado. Outro filho, Ângelo Magalhães, também teve carreira política como deputado federal.

Os netos seguiram o mesmo caminho. Paulo Magalhães, filho de Ângelo, é ex-deputado federal. Luís Eduardo Magalhães, filho de ACM, foi deputado estadual, deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados. Também filho de ACM, ACM Júnior foi senador e é pai de ACM Neto (União Brasil), ex-prefeito de Salvador e ex-deputado federal — este último continua sendo uma figura de destaque no noticiário político.

Segundo informações divulgadas em 2022, ACM Neto possuía o maior patrimônio declarado entre os candidatos ao governo da Bahia naquele ano. De acordo com o TSE, sua fortuna era de cerca de R$ 41,71 milhões.

Entre os bens destacados à época, conforme apuração do Bahia Notícias, parceiro do BP Money, estavam um apartamento avaliado em R$ 7,88 milhões, participações societárias no valor de R$ 9,34 milhões e investimentos em renda fixa de R$ 6,53 milhões.

Por fim, o último governador da Bahia da família foi Antônio Carlos Magalhães, que ocupou o cargo três vezes. Seu último mandato terminou em 1994, e não há dados disponíveis sobre o PIB estadual naquele ano. Segundo o pesquisador Jairo Simões, em 1975 — fim do primeiro mandato de ACM — o PIB baiano representava 2,16% do total nacional.