O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, minimizou no último sábado (14) a inadimplência de países como a Venezuela. As principais dívidas totalizam US$ 1,12 bilhão, segundo dados divulgados pela instituição até 30 de junho deste ano.
Quando questionado sobre os calotes dados na instituição pública, Mercadante afirmou que não há motivos para “nhenhenhem”. O petista participou do 1° Fórum Internacional da Esfera Brasil, em Paris.
Após o evento, o presidente do órgão concedeu entrevista e disse que as dívidas pendentes são “irrelevantes”. “O relevante é olhar para frente, de como é que nós vamos construir o crescimento das exportações e o desenvolvimento do Brasil. Vocês ficam com esse ‘nhenhenhem’, que é uma coisa absolutamente irrelevante para o BNDES”, disse.
Três países devem juntos mais de R$ 5 bilhões ao Brasil. A Venezuela soma US$ 739 milhões, enquanto Cuba, US$ 261 milhões, e Moçambique, US$ 122 milhões. O BNDES financiou a chamada exportação de serviços aos países durante gestões petistas passadas.
BNDES assina acordo com Cepal
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) informou em setembro que o presidente da instituição, Aloizio Mercadante, assinou um memorando de entendimento junto com o secretário-executivo da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), José Manuel Salazar-Xirinachs.
Segundo o órgão instalado, o objetivo é que as duas instituições realizem parceria técnica para desenvolvimento de pesquisas e publicação de trabalhos conjuntos.
O acordo foi firmado durante evento de celebração dos 75 anos da Cepal, em Santiago, no Chile.
“A América Latina precisa buscar mais interações entre os países do Sul global, como temos feito, por exemplo, no Brasil, na política externa do presidente Lula, em fortalecer e ampliar os BRICS”, disse Mercadante, segundo a nota oficial do BNDES.
“Acho que esse novo cenário de mudança geopolítica, junto com uma mudança do padrão tecnológico numa indústria 4.0 e da crise climática, abre um espaço para a América Latina se reposicionar”, acrescentou.
O presidente do BNDES ainda defendeu, durante o evento, o papel da Cepal como “um centro de referência fundamental no pensamento econômico desenvolvimentista, estruturalista e inovador, que combina desenvolvimento econômico e combate à desigualdade” no continente.