A presidente da Caixa, Daniella Marques, e o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, participaram do evento do BTG Pactual, “Macro Day 2022”, na manhã desta quinta-feira (18), onde debateram o “Papel dos Bancos Públicos”. Para Montezano, a garantia de crédito “chegou para ficar” e o banco seguirá funcionando como um garantidor para os seus mais de 60 parceiros.
“O BNDES é um banco de atacado. A gente pode atuar no microcrédito com parceria. Tradicionalmente, o banco faz repasses para cooperativas de crédito. Durante a pandemia aprendemos que devemos atuar com seguro de crédito e, a partir daí, criamos o FGI PEAC. O BNDES funcionará como alguém que administra fundos para pulverizar essa garantia de crédito para mais de 60 parceiros. Garantia de crédito chegou para ficar e irá se sofisticar ao longo dos próximos anos”, afirmou Montezano.
O PEAC (Programa Emergencial de Acesso a Crédito) foi criado na modalidade de garantia, por meio da disponibilização de garantias via Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) administrado pelo BNDES.
“Estamos reciclando o capital dele [FGI PEAC] nos próximos dias. Ele custou cerca de R$ 10 bilhões para contribuir com R$ 90 bilhões para os heróis nacionais durante a pandemia. Vamos democratizar o acesso ao crédito aos heróis nacionais que são a nossa prioridade”, salientou Montezano.
Já Daniella Marques destacou o processo de digitalização que vem ocorrendo na Caixa e salientou que o Brasil é o governo mais digital das Américas.
“Somos sócios de um projeto de país. Sabíamos que para bancos públicos tínhamos que dar um choque de governança. Temos uma plataforma com mais de 130 milhões de brasileiros cadastrados, que é o Caixa Tem. O Brasil é o governo mais digital das américas e o 7º mais digital do mundo. A gente bancarizou 38 milhões de brasileiros e, em 45 dias, todos foram assistidos com o auxílio emergencial em R$ 600”, afirmou Marques. Já
Daniella Marques assumiu o banco após o escândalo de assédio sexual envolvendo o ex-presidente da instituição, Pedro Guimarães. Logo quando entrou, a nova presidente afastou o chefe de gabinete do ex-presidente e mais cinco consultores estratégicos vinculados à presidência do banco.
Como medida para tirar essa imagem negativa do banco e também para ajudar as mulheres em todo o país, que sofrem com assédios, abusos e violência, Marques criou o Caixa para elas.
“Quando assumi o banco, em meio a uma crise institucional, propus ao Conselho que, independente do resultado das apurações que estão sendo feitas, o problema do assédio e da violência contra a mulher está aí. Por isso, propomos que o banco abraçasse essa causa das mulheres, e lançamos o Caixa para Elas, para ajudar na prevenção”, explicou Daniella.
“Isso será feito ajudando a empoderar o empreendedorismo feminino, proteger as senhas das mulheres para que o agressor não pegue os seus dinheiros e, por fim, levar as mulheres ao shopping financeiro”, completou a presidente da Caixa.
Presidente da Caixa diz que Brasil está crescendo
A presidente da Caixa, questionada sobre governança, destacou a importância de manter a cultura do banco e exaltou os resultados que o Brasil vem conseguindo após a pandemia de Covid-19.
“A força de uma empresa está na cultura. Através dessa agência de sustentabilidade, se conseguirmos criar uma agenda que norteia a cultura do banco, tem que se fortalecer os fóruns para ter menos poderes individuais. Tem um legado plantado que dará resultado. A pandemia foi um choque econômico e nós fomos bem em relação ao mundo. Vamos nos orgulhar do Brasil, pois está crescendo e os resultados estão aí”, afirmou Marques.
Montezano seguiu na mesma linha da presidente da Caixa e salientou que a governança é quem move o social e o ambiental. “Se não houver governança, não tem social e nem ambiental. Nesse sentido, o que posso dizer é que o BNDES executa política pública. A evolução que tivemos no Brasil desde 2016 foram substancial, mas o que fica é a filosofia. Temos uma diretoria totalmente técnica e independente”, concluiu Montenzano.