Foto: Gustavo Moreno / STF
Foto: Gustavo Moreno / STF

O deputado Zucco, que lidera a oposição na Câmara, divulgou há pouco uma nota em que afirma sentir “profunda indignação e enorme tristeza” diante da decisão que levou à prisão preventiva de Jair Bolsonaro.

Na manifestação, o parlamentar direciona críticas ao ministro Alexandre de Moraes por ter acolhido o pedido da Polícia Federal.

A PF argumentou que a medida era necessária para preservar a ordem pública, especialmente após a convocação de uma vigília feita pelo senador Flávio Bolsonaro na entrada do condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar.

Críticas à decisão e apelo por tratamento humanitário

Em nota divulgada nesta quarta, o deputado Zucco afirmou ter recebido “com profunda indignação e enorme tristeza” a notícia da prisão de Jair Bolsonaro.

O deputado descreve o momento como marcado por “revolta, perplexidade e um senso de injustiça que ultrapassa qualquer limite aceitável dentro de um Estado de Direito”, classificando a decisão como “mais um capítulo na escalada de arbítrio conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes”. Para Zucco, a medida afronta “a Constituição, a lógica jurídica e a própria humanidade”.

O parlamentar também argumenta que a condição clínica do ex-presidente deveria ter sido levada em consideração. Segundo o político, a saúde fragilizada de Bolsonaro transforma a nova ordem de prisão em um ato “desumano”.

“Submeter um ser humano nessas condições a um regime fechado não é apenas injusto: é desumano. Se algo acontecer ao presidente sob a custódia do Estado, essa responsabilidade será direta, objetiva e inesquecível”, afirma.

Veja nota na íntegra

Acabamos de receber, com profunda indignação e enorme tristeza, a notícia da prisão do presidente Jair Bolsonaro. É impossível descrever o que sentimos neste momento: revolta, perplexidade e um senso de injustiça que ultrapassa qualquer limite aceitável dentro de um Estado de Direito. Trata-se de mais um capítulo na escalada de arbítrio conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes — uma decisão que afronta a Constituição, a lógica jurídica e a própria humanidade.

Prender um ex-chefe de Estado que jamais cometeu crime algum, que sempre se colocou à disposição das autoridades, e que hoje enfrenta um quadro de saúde gravíssimo, é simplesmente abominável. Bolsonaro sofre as sequelas permanentes da facada que quase o matou — sequelas que se agravaram recentemente, com cirurgias delicadas, crises de soluço, episódios de vômito e limitações físicas severas. Submeter um ser humano nessas condições a um regime fechado não é apenas injusto: é desumano. Se algo acontecer ao presidente sob a custódia do Estado, essa responsabilidade será direta, objetiva e inesquecível.

Nós, da oposição, estamos nos deslocando imediatamente a Brasília — eu incluso — para acompanhar de perto este momento sombrio e para prestar todo o apoio possível ao presidente Bolsonaro e à sua família. Não ficaremos calados. Não aceitaremos que o Brasil seja transformado em um país onde a vingança política suplanta a lei, onde decisões monocráticas se sobrepõem às garantias constitucionais, e onde opositores são tratados como inimigos.