O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou nesta sexta-feira (10) que as secas severas impactaram a produtividade do Brasil. Com a afirmativa, ele minimizou o estouro da meta de inflação, destacando que o cenário deve se normalizar.
“É evidente que essa variação da inflação tem impacto nesses dois eventos climáticos fortes que vocês acompanharam, noticiaram, tanto de seca em vários lugares do país como de chuva excessiva em outros. Mas eu diria que isso deve se acomodar”, declarou Rui Costa, conforme publicado pelo Valor. O ministro deu a declaração após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A inflação brasileira, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), avançou 0,52% em dezembro de 2024, ante alta de 0,39% em novembro. Assim, o índice acumulou alta de 4,83% no ano, superando o teto da meta de 4,5% estabelecido para 2024, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Rui Costa também destacou que as medidas fiscais anunciadas no final de 2024 terão impacto positivo em breve.
“O conjunto de medidas fiscais votadas em dezembro já está promovendo seus efeitos ao reafirmar o absoluto compromisso fiscal do governo, trazendo novamente a inflação para dentro da meta e dos limites previstos na política econômica”, afirmou o ministro.
Rui Costa diz que reação do mercado é ‘ataque especulativo’
O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), reagiu às pressões do setor financeiro e as classificou como um “ataque especulativo” ao real.
Rui apontou que dados econômicos positivos, como a redução do nível de desemprego, o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e a expansão dos investimentos, sustentam que fatos como a alta do dólar em relação à divisa brasileira não encontram amparo no cenário atual.
“Vivemos duas realidades no país. A da vida real, da economia real, que cresceu 3,2% no ano passado; vai crescer 3,5% [em 2024] e [que registrou] o menor desemprego da série histórica”, disse o ministro, de acordo com o “InfoMoney”. Ele se referiu à atual taxa de desocupação, de 6,2%, menor patamar verificado pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua desde 2012.
“Ou seja, é um cenário extremamente positivo. Mas do outro lado, temos um cenário imaginário, de especuladores, que não dá para compreender. De pessoas que colocam o desejo de auferir lucros extraordinários, tentando elevar artificialmente o preço do dólar [e, consequentemente, encarecer] as condições de vida das pessoas”, acrescentou.