O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), convocou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira (23) para discutir medidas de redução do preço dos alimentos. A reunião ocorre no Palácio Planalto com a presença também dos titulares da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Social e Agrário, Paulo Teixeira.
Na reunião, eles discutem medidas propostas pela indústria e varejo em encontro com representantes desses setores em novembro de 2024. Entre as sugestões apresentadas estão a alteração de taxas de cartões de benefício alimentação e a liberação para que supermercados vendam medicamentos, como apurou o “Valor”.
Mas há dúvidas no mercado sobre a eficácia dessas medidas.
Chegando ao Palácio do Planalto, Teixeira disse que não há chances de intervenção artificial do governo nos preços. “Isso aí já foi corrigido. Foi um equívoco de comunicação, isso está fora (de cogitação). O presidente já falou, já afastou (a possibilidade) e a Casa Civil já esclareceu”, disse o ministro.
Costa havia falado sobre uma possibilidade de “intervenção” em entrevista ao programa “Bom dia, Ministro”, da EBC (Empresa Brasileira de Comunicação). Depois da repercussão, a Casa Civil explicou, em nota, que não vai haver intervenção nos preços, mas sim adoção de medidas, discutidas com indústria e varejo, para diminuir preços.
Na verdade, as medidas sugeridas pelos setores em novembro fazem parte de solicitações que já vêm sendo feitas há anos e que agora podem avançar diante da necessidade do governo de mostrar ações para barrar a inflação, disseram fontes próximas ao assunto ao “Valor”.
Rui Costa ajusta discurso após especulações no mercado
As falas do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), na última quarta-feira (22), provocaram especulações ao sinalizar possíveis “intervenções” no mercado para combater a inflação dos alimentos.
O ministro havia afirmado que propostas de Abras (Associação Brasileira de Supermercados) seriam implementadas no primeiro bimestre, mas horas depois recuou, dizendo que as medidas ainda estão em estudo, as informações foram apuradas pelo portal Exame.
A afirmação gerou imediatas de integrantes do governo, como o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, que negou haver estudos consolidados sobre as sugestões da Abras. “Não tem estudos ainda sobre o que o governo vai fazer em relação às medidas apresentadas pela Abras”, disse Teixeira ao jornal O Globo.