CEOs, investidores e empreendedores enfrentam desafios logísticos e altos custos de hospedagem, limitando a presença do setor privado na conferência climática que será realizada em Belém entre 10 e 21 de novembro.
O presidente da COP-30 convidou o setor privado a participar ativamente: “Venham a Belém, tragam e conheçam soluções, colaborem e contribuam”, escreveu.
Segundo o embaixador da conferência, desafios logísticos existem, mas é justamente “este o momento em que o setor privado pode liderar pelo exemplo, demonstrando que liderança climática significa engajamento com o mundo real”.
Para ele, a colaboração público-privada é essencial para adotar medidas na escala necessária de combate à crise climática.
No entanto, executivos relatam que restrições de compliance os impedem de se hospedar em apartamentos de proprietários pessoas físicas. Além disso, os altos preços dos hotéis desestimulam a presença de equipes maiores.
Em meio a uma cobertura de imprensa destacando esses problemas logísticos, muitos CEOs optaram por reduzir a participação.
Agenda paralela em São Paulo concentra setor privado
Enquanto Belém enfrenta um esvaziamento do setor privado, São Paulo deve concentrar a atividade empresarial nos dias que antecedem a conferência. Entre os grupos de WhatsApp do empresariado, circula o slogan “A COP também é aqui”.
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A cidade receberá, de 6 a 9 de novembro, o Climate Action Innovation Zone, evento que apresentará soluções e inovações empresariais voltadas à agenda climática. O diretor-geral do IFC (International Finance Corporation), Makhtar Dipo, será um dos palestrantes.
Marina Cançado, fundadora da gestora de recursos Converge Capital e organizadora do Climate Implementation Zone, explica que a escolha de São Paulo visa mostrar a quem não vai a Belém o comprometimento do setor privado com a agenda climática.
Além disso, o setor privado participará de outros eventos na cidade nos dias anteriores à COP, como o Finance Forum (Bloomberg Philanthropies, 3 a 5 de novembro) e o PRI in Person (4 a 6 de novembro), ambos voltados a investimentos responsáveis e soluções climáticas.
A iniciativa Sustainable Business COP (SB COP), liderada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), apresentará nesses fóruns propostas empresariais para enfrentar desafios ambientais.
A SB COP reúne entidades equivalentes à CNI em 43 países, representando 35 milhões de empresas. Em edições anteriores da COP, a presença de grandes CEOs foi limitada, com exceção da conferência de 2021, na Escócia.
Representantes próximos à organização afirmam que, em Belém, a participação de presidentes de grandes empresas será restrita, e a intenção é dar visibilidade àquelas companhias que enviarem seus CEOs, reforçando o compromisso com a agenda climática.
A expectativa é que esses poucos líderes atuem como representantes informais de seus setores, promovendo diálogo e levando posicionamentos setoriais durante a conferência.
