Apesar de ter conseguido com que a maioria dos projetos econômicos fossem aprovados ao longo de 2021, o Ministro da Economia, Paulo Guedes, falou sobre às tributária e administrativa, duas das mais importantes, que acabaram ficando na fila. De acordo com ele, o seu “erro” foi ter subestimado a resistência do establishment.
“Eu subestimei a resistência do establishment. O Brasil trazia gente de vários lugares do planeta, era uma economia emergente. Quando criamos o Ministério do Planejamento começamos a descer. O modelo dirigista se exauriu. É patético quando vejo as pessoas falando que o modelo dos liberais democratas não funcionou. É patético. Lamentavelmente eu subestimei”, contextualizou Guedes em entrevista ao programa Direto ao Ponto nesta segunda-feira (21).
Ainda de acordo com o chefe da pasta, o surgimento da pandemia e o foco na CPI da Covid acabaram colaborando para ter empacado os projetos.
“A coisa ia relativamente bem, sabíamos que iríamos implementar. No meio do vendaval da pandemia, o trabalho era primeiro tentar fazer a coisa certa. Não é fácil, mas tivemos apoio para seguir com as reformas, até que fomos atingidos pela pandemia. No início de 2021 estavamos de volta às reformas, e os presidentes da Câmara e do Senado fizeram um pacto pelas reformas, o que foi muito bom. De repente, o Senado trava e entra numa agenda de CPI da Covid, então é uma luta permanente”, afirmou.
Questionado se tivesse que escolher uma das duas reformas para esse ano, Guedes respondeu: “Para o futuro, é a reforma tributária”.
Vale salientar que, com apoio do Congresso, 14 dos 24 projetos econômicos prioritários de Guedes foram aprovados em 2021. Um desempenho de 58%. PEC dos Precatórios, leis de câmbio, da cabotagem e das ferrovias foram algumas das aprovadas.
Como o Governo não espera votar projetos de alto impacto em 2022, ano eleitoral, as reformas tributária e administrativa devem ficar para o próximo mandato presidencial. Vale lembrar que a reforma tributária já foi aprovada na Câmara.