
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), evitou confirmar qualquer movimento eleitoral para 2026, mas adotou discurso de projeção nacional ao defender que o Brasil precisa ocupar um novo espaço na economia global.
As declarações foram feitas em evento do UBS nesta quarta-feira (26).
Segundo ele, o país não pode se acomodar como produtor de commodities e tem vantagens competitivas em áreas como agronegócio e energia limpa.
Tarcísio afirmou que o mundo busca “parceiros confiáveis” em segurança alimentar e energética e que o Brasil reúne condições para assumir esses papéis.
Ele citou o aumento da produtividade agrícola com preservação ambiental como sinal desse potencial, dizendo que o país deveria “colocar o chapéu de potência agroambiental” nos fóruns internacionais.
Transição energética
O governador projetou oportunidades na transição energética. Ele lembrou que o Brasil desenvolveu cadeias como etanol de primeira e segunda geração, biometano, biogás e combustíveis sustentáveis, além de novas aplicações do etanol na navegação.
Para Tarcísio, essas frentes colocam o país em vantagem num cenário global de busca por energia de baixo carbono.
Riscos de baixa captura de valor
Apesar do potencial, Tarcísio alertou que o Brasil não deve se limitar às funções básicas da economia tradicional. Ele mencionou o crescimento de data centers e da infraestrutura digital em São Paulo e defendeu políticas que capturem valor dessa expansão.
“Não dá para a gente ser repositório de dados”, afirmou, dizendo que o país corre o risco de se tornar “apenas exportador de energia”, mais uma commodity em seu diagnóstico.
Cadeias tecnológicas
Ao defender a inserção em setores de alto valor agregado, Tarcísio citou as reservas de terras raras e a necessidade de avançar em semicondutores, supercomputadores e inteligência artificial.
Segundo ele, o Brasil deve buscar papel ativo na “economia do conhecimento”, usando suas vantagens naturais, energéticas e industriais para integrar cadeias estratégicas.
Para o governador, se o país não der esse passo, perderá a oportunidade de capturar riqueza na transição tecnológica global.