Brasil x EUA

Tebet diz que minerais críticos podem entrar em negociação

Simone Tebet falou sobre o potencial de exportação de minerais críticos e terras-raras, mas salientou que é preciso ver "o que os EUA querem"

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Ao participar de audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Regional do Senado, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que os chamados minerais críticas estão entre as “coisas que o Brasil tem para oferecer” aos Estados Unidos, em negociação para redução das tarifas impostas aos produtos brasileiros.

Os minerais críticos, ou terras-raras, citados por Simone Tebet, são considerados essenciais para a produção de celulares e baterias de veículos elétricos.

“Nós temos coisas para oferecer aos EUA, especialmente minerais críticos. No momento certo, eles virão conversar conosco. Vamos dar tempo para ver, efetivamente, o que os EUA querem do Brasil”, disse a ministra.

O tema dos minerais críticos também foi tratado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante audiência na comissão mista da medida provisória 1303/2025, nesta terça-feira (12).

Segundo afirmou o ministro, é preciso que seja adotada pelo país uma política estratégica para explorar e exportar minerais críticos e terras-raras.

Haddad disse aos deputados e senadores da comissão mista que o Brasil deve priorizar a agregação de valor à produção, evitando a simples venda como commodities.

“Precisamos encontrar formas de agregar valor a esses minérios. Exportar apenas a matéria-prima mantém o país preso a um modelo de baixo valor agregado e empregos pouco qualificados”, afirmou Haddad.

Simone Tebet defendeu plano de contingência

O ministro da Fazenda salientou ainda que os minerais críticos podem ser usados como elemento de negociação nas discussões sobre tarifaço de 50% imposto ao Brasil pelo governo Donald Trump.

Ainda sobre o tema do tarifaço, a ministra Simone Tebet ressaltou que o plano de contingência preparado pelo governo tem como prioridade minimizar o impacto fiscal.

“A intenção é que o auxílio tenha um impacto mínimo nas contas públicas”, defendeu Tebet.

A ministra do Planejamento disse ainda que a resposta do governo brasileiro ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos não vai provocar aumento da dívida pública ou da inflação.

O plano de contingência, conduzido pelo vice-presidente e ministro da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, deve ser anunciado nesta quarta (13) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lula vai apresentar medida para ajudar exportadores

Em uma medida provisória que será assinada por Lula, o governo anunciará medidas como a concessão de subsídios, o refinanciamento de dívidas e ações voltadas à preservação de empregos nas áreas mais afetadas pelas tarifas dos EUA.

Durante uma entrevista à Band News, na noite desta terça, o presidente Lula anunciou que a linha de crédito aos exportadores deve começar em R$ 30 bilhões.

“Estamos tomando medidas muito importantes. Amanhã eu estarei assinando uma medida provisória que cria uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para as empresas brasileiras que, por ventura, tiverem prejuízos com a taxação do Trump”, afirmou o presidente.