Política

Tebet estima rombo de R$ 120 bi nas contas públicas em 2023

A previsão da ministra está acima do que foi divulgado na quarta-feira (22), pela SOF e Secretaria do Tesouro Nacional, que projetaram o rombo de R$ 107,6 bi

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, estimou, nesta quinta-feira (23), que o déficit nas contas do governo para este ano deve ficar em torno de R$ 120 bilhões. 

A previsão da ministra está acima do que foi divulgado na quarta-feira (22), no relatório da SOF (Secretaria de Orçamento Federal) e da Secretaria do Tesouro Nacional, que projetaram o rombo fiscal do governo neste ano seria de R$ 107,6 bilhões.

A ministra disse que o documento anterior não considerava, ainda, o aumento do salário mínimo. A previsão é de que o valor seja reajustado em maio, passando de R$ 1.302 para R$ 1.320.

O déficit primário considera que as despesas ficarão acima das receitas, mesmo antes do pagamento de juros da dívida pública. Esse valor engloba o pacote de medidas anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em janeiro deste ano – focado principalmente em medidas de aumento da arrecadação (como um novo Refis e a volta do voto de qualidade no Carf).

A ministra também afirmou que o governo deve cortar despesas para se adequar aos compromissos fiscais estabelecidos. “Está dentro do prazo para que os ministérios revejam todos os restos a pagar, todos programas e ações que estavam sendo realizados, e contratos do ano passado, para ver não só a legalidade deles, como também agora a necessidade ou não desses mesmos gastos”, disse.

 

Lula afirma que não existe ‘explicação’ para Selic a 13,75%

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a atacar o Banco Central nesta quinta-feira (23). Segundo o petista, não há “explicação” para que a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, esteja em 13,75% ao ano. 

“Eu digo todo o dia: não tem explicação para nenhum ser humano do planeta Terra a taxa de juro no Brasil estar a 13,75%. Não existe explicação”, disse Lula, em visita a um complexo da Marinha no Rio de Janeiro.

Na última quarta-feira (22), o Copom (Conselho de Política Monetária), do Banco Central, decidiu manter a taxa Selic em 13,75%, ignorando as críticas que Lula e ministros fizeram nas últimas semanas.

“Eu, como presidente da República, não posso ficar discutindo cada relatório do Copom, eu não posso. Eles paguem o preço pelo que eles estão fazendo. A história julgará cada um de nós”, afirmou o presidente. 

Lula ainda acusou Campos Neto de não cumprir a lei de autonomia do Banco Central. “Se esse cidadão quiser, ele nem precisa conversar comigo. Ele só tem que cumprir a lei que estabeleceu a autonomia do Banco Central. Ele precisa cuidar da política monetária, mas ele precisa cuidar também do emprego, precisa cuidar da inflação e precisa cuidar da renda do povo”, relatou.