Política

Telegram indica ao STF novo representante legal no Brasil

O Telegram indicou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um novo representante legal da plataforma no Brasil

Telegram indica ao STF novo representante legal no Brasil
Telegram está na mira da Justiça brasileira / Divulgação

O Telegram indicou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um novo representante legal da plataforma no Brasil. A informação foi protocolada na Corte após o ministro dar prazo de 24 horas para a empresa apresentar a informação. Caso o prazo não fosse cumprido, o aplicativo deveria ser retirado do ar.

Conforme os dados enviados a Moraes, o novo responsável legal pela plataforma é o escritório Leonardi Advogados.As informações são da Agência Brasil.     

Na semana passada, o advogado Alan Campos Elias Thomaz, que atuava como representante do Telegram no Brasil, deixou de prestar serviços à plataforma após o STF passar a investigar a empresa por postagens próprias contra o Projeto de Lei das Fake News (PL 2630/2020). A apuração foi aberta em 12 de maio.

Na decisão desta sexta-feira (26), Moraes destacou não ser a primeira vez que o Supremo tem dificuldades para notificar o Telegram de decisões judiciais, para que sejam cumpridas. Em março de 2022, o ministro já havia determinado a indicação de representação no Brasil, sob pena da empresa não poder operar no país.

Suspensão e volta

Em abril, o Telegram ficou com o funcionamento suspenso por três dias por determinação judicial. A interrupção do serviço aconteceu no dia 26 daquele mês e só foi restabelecido no dia 29, quando o Tribunal Regional Federal da 2ª Região suspendeu parcialmente a liminar que determinava a suspensão do aplicativo no país imposta pela Justiça Federal de Linhares, no Espírito Santo.

Segundo a decisão do desembargador federal Flávio Lucas, a ordem de suspensão completa do serviço “não guarda razoabilidade, considerando a afetação ampla em todo território nacional da liberdade de comunicação de milhares de pessoas absolutamente estranhas aos fatos sob apuração”.

No entanto, foi mantida a multa diária de até R$ 1 milhão aplicada pela primeira instância, pelo descumprimento da determinação de fornecer os dados “de todos os usuários” do canal “Movimento Anti-Semita Brasileiro” e do chat “Frente Anti-Semita”, principalmente dos seus administradores.

A suspensão do aplicativo ocorreu depois que o Telegram não entregou à Polícia Federal (PF) todas as informações solicitadas sobre grupos neonazistas na plataforma. Após determinação da Justiça, o Telegram encaminhou informações à PF na sexta-feira (21). De acordo com a corporação, porém, a plataforma de envio de mensagens não teria encaminhado os números de telefones dos membros de grupos com conteúdo neonazista.

Segundo o portal “Money Times”, o cofundador do aplicativo, Pavel Durov, se manifestou sobre o assunto em seu canal no aplicativo, afirmando que a justiça brasileira solicitou dados impossíveis de se obter e que o Telegram iria recorrer à decisão de suspensão.

Nova polêmica

Em maio, o Telegram foi alvo de críticas do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O motivo do descontentamento foi causado pela mensagem encaminhada pelo Telegram aos usuários contra o Projeto de Lei das Fake News. A jornalistas, o parlamentar disse que entrou com uma representação para que a empresa entre nas investigações do Inquérito das milícias digitais no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em campanha contra o projeto de lei que cria o marco regulatório na internet, a empresa passou a mandar mensagens aos usuários nesta terça. O informativo é acompanhado de links e pede que os internautas pressionem seus deputados a votarem contra o PL. O texto do Telegram continha as preocupações da plataforma e dizia considerar o PL “uma das legislações mais perigosas já consideradas no Brasil”.