
Instantes após a divulgação da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a respeito do decreto presidencial que elevou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), abandonou a sessão plenária que ocorre nesta quarta-feira (16).
Exatamente no momento em que o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), falava na tribuna, Motta se levantou e saiu pelo meio do plenário, deixando a sessão de forma ostensiva.
Antes de deixar o comando da sessão, o presidente da Câmara fez uma rápida reunião com deputados de oposição.
Em discursos durante a sessão deliberativa, os deputados de oposição fizeram duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes e ao STF, falando em “interferência” no Congresso e “desmoralização” da atuação dos deputados.
Ao sair da sessão pela porta da frente, Hugo Motta seguiu calado em direção ao plenário do Senado, sem falar com jornalistas a respeito da decisão do STF.
Hugo Motta foi aplaudido por senadores
No plenário do Senado, Motta foi saudado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e chegou a ser aplaudido pelos senadores após o anúncio de sua chegada.
Em meio à votação da proposta que altera a regra para pagamento de precatórios, Hugo Motta se sentou ao lado de Alcolumbre e conversou com ele por uns 10 minutos.
A PEC 66, que também refinancia dívidas previdenciárias de estados e municípios com a União, havia sido aprovada na Câmara nesta terça (15), e foi muito comemorada por Motta.
Após conversar por cerca de dez minutos com Alcolumbre, o presidente da Câmara deixou o Senado durante a fala do líder do governo, Jacques Wagner (PT).
O líder se pronunciou sobre a decisão do STF, e disse que a medida não era uma ação contra o Congresso, mas em respeito à Constituição.
Silêncio sobre decisão de Alexandre de Moraes
Ao sair do plenário, Hugo Motta parou no Salão Azul para uma rápida conversa com os jornalistas, mas não respondeu a perguntas sobre a decisão do STF.
Motta disse que conversou com Alcolumbre sobre a lei de reciprocidade, a respeito do papel do Congresso na busca por soluções para impedir que as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sejam efetivadas a partir de 1° de agosto, e do trabalho conjunto com o governo federal.
Hugo Motta afirmou que está junto articulando com o presidente do Senado o que é possível o Congresso fazer mesmo durante o período de recesso parlamentar, para dar uma resposta ou para se unir ao setor produtivo em busca de soluções ao tarifaço.
Diante da insistência com perguntas sobre o IOF, Hugo Motta encerrou rapidamente a entrevista e se dirigiu novamente ao plenário da Câmara, onde reassumiu o comando da sessão plenária.