O ministro Luís Roberto Barroso anunciou que vai se aposentar do STF (Supremo Tribunal Federal), finalizando uma caminhada de mais de doze anos na Suprema Corte. A decisão já vinha sido pensada desde a sua saída da presidência da Corte, passando o comando para o ministro Edson Fachin.
Barroso fez um discurso emocionado e foi aplaudido de pé pelos outros magistrados ao final. “É hora de seguir novos rumos. Não tenho apego ao poder e gostaria de viver a vida que me resta sem as responsabilidades do cargo. Os sacrifícios e os ônus da nossa profissão acabam se transferindo aos familiares e às pessoas queridas”, afirmou Barroso.
“Foi uma decisão longamente amudurecida que nada tem a ver com fatos da conjuntura atual. Há dois anos, comuniquei o presidente da República [Lula] sobre essa possível intenção. Essa é a última sessão plenária de que participo”, completou o ministro.
A aposentadoria de Barroso estava prevista inicialmente para o ano de 2033, quando completaria 75 anos, idade-limite para a aposentadoria compulsória no serviço público.
Caminhada na Suprema Corte
Indicado ao Supremo em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff (PT), Barroso chegou à Corte após uma trajetória marcada pela defesa de causas constitucionais e direitos fundamentais.
Ao longo de seus 12 anos anos como ministro, Barroso relatou casos como a suspensão de despejos durante a pandemia da Covid-19 e a limitação do foro privilegiado a autoridades públicas.
O ministro também esteve à frente de ações que repercutiram nacionalmente como o porte de maconha para uso pessoal, além da responsabilidade de acompanhar as execuções penais dos envolvidos no Mensalão.
Como presidente do STF, administrou o tribunal durante o julgamento que levou à condenação de envolvidos na tentativa de golpe de Estado.
Os ex-ministros do STF, Joaquim Barbosa e Celso de Mello também anunciaram aposentadoria antes do prazo limite.