O presidente dos EUA, Donald Trump, comemorou a entrada em vigor das novas tarifas comerciais sobre dezenas de países, implementadas à 1h01 desta quinta-feira (7), pelo horário de Brasília.
“É meia-noite!!! Bilhões de dólares em tarifas estão agora fluindo para os Estados Unidos da América!”, escreveu Trump em publicação na rede Truth Social.
Em outro post, afirmou: “Bilhões de dólares, principalmente de países que têm se aproveitado dos Estados Unidos por muitos anos, rindo ao longo do caminho, começarão a fluir para os EUA. A única coisa que pode parar a grandeza da América seria um tribunal de esquerda radical que quer ver nosso país falhar!”
As chamadas “tarifas recíprocas” atingem diretamente 94 países, entre eles o Brasil.
O governo brasileiro está sujeito à alíquota geral de 10%, além de um adicional de 40%, imposto por Trump sob o argumento de perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
As novas alíquotas, que variam de 10% a 50%, são parte da estratégia de Trump para reduzir o déficit comercial dos EUA sem provocar grandes rupturas nas cadeias globais de suprimento, pressionar a inflação ou gerar retaliações severas de parceiros.
Acordos e exceções
Oito grandes parceiros comerciais dos EUA, que juntos representam cerca de 40% do comércio internacional do país, fecharam acordos com Washington para concessões mútuas.
Entre eles estão União Europeia, Japão e Coreia do Sul, que aceitaram reduzir suas tarifas básicas para 15%.
O Reino Unido garantiu uma alíquota de 10%, enquanto Vietnã, Indonésia, Paquistão e Filipinas obtiveram taxas entre 19% e 20%.
“Para esses países, as notícias são menos ruins”, disse William Reinsch, especialista em comércio do Center for Strategic and International Studies, em Washington. “Haverá algum rearranjo na cadeia de oferta. Os preços subirão nos EUA, mas isso deve levar algum tempo para se manifestar de forma significativa.”
Já países como Índia e Canadá, que ficaram sujeitos às tarifas mais elevadas, “continuarão a tentar renegociar”, afirmou Reinsch.
Regras e brechas
Segundo aviso oficial do governo americano, mercadorias que já estavam em trânsito para os EUA antes da entrada em vigor das tarifas poderão ser importadas com alíquotas anteriores até 5 de outubro.
No entanto, Trump incluiu uma cláusula para punir tentativas de triangulação comercial. Produtos transbordados em terceiros países com o objetivo de escapar das novas tarifas poderão ser taxados em 40% adicionais.
O governo, porém, não detalhou como pretende identificar e aplicar essas penalidades.